Lição democrática

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No último dia 19, Gustavo Petro foi eleito no segundo turno das eleições colombianas, um feito para o país, de tradição direitista e muito próximo historicamente aos Estados Unidos. A questão de ser histórico é pelo fato de Petro ser de Esquerda e ter composto grupo de guerrilha no passado, abandonando para ingressar na política. Por lá, mesmo não tendo uma longa tradição democrática, com algumas rupturas institucionais em seu processo histórico, em nenhum momento cogitou-se, por exemplo, questionar o resultado das urnas.

A disputa de Gustavo Petro com Rodolfo Hernández foi apertada (50,44% a 47,31%), o que poderia ocasionar um movimento que questionasse o processo eleitoral, o resultado final, o sistema de apuração (manual), ou até pior um movimento entre o atual governo com os militares, que pudesse inviabilizar a posse do novo presidente eleito.

Pelo contrário, a Colômbia mostrou ao mundo um exemplo de espírito democrático. O atual presidente Iván Márquez saudou Petro e desejou ao novo uma gestão de sucesso, assim como o ex-presidente Álvaro Uribe, que mandou na política colombiana nas últimas duas décadas, teve a mesma atitude em relação ao presidente eleito. Ninguém pelo lado da oposição cogitou questionar o processo eleitoral. Rodolfo Hernández, candidato derrotado no segundo turno, fez uma publicação nas redes sociais minutos após a apuração apontar a vitória de Petro, onde agradeceu ao país.

Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem sistematicamente ameaçando o processo eleitoral, colocando em xeque à segurança das urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral. Que a Colômbia nos sirva de exemplo de democracia e da manutenção do Estado de Direito.

Imagem: Diálogo Chino. 

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