Lucro da Vale no terceiro trimestre fica abaixo do previsto

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Na divulgação de seu terceiro relatório trimestral do ano corrente (3T21), a mineradora Vale registrou lucro líquido de 3,886 bilhões de dólares, alta de 33,6% versus o mesmo período do ano passado, mas um recuo de 48,8% na comparação com o trimestre anterior, em meio a uma retração dos preços do minério de ferro, seu principal produto. O fato está ligado inevitavelmente a instabilidade que a China está vivendo.

O vice-presidente executivo de finanças e de relações com investidores da Vale, Luciano Siani, disse em teleconferência com analistas sobre o desempenho da companhia no 3T21 está relacionado a um trimestre que foi sem precedentes, ocasionado pelo que chamou de “swing de preço”. O executivo afirmou que no início do trimestre, a cotação do minério de ferro por tonelada era de US$ 207. Frente a todas as mudanças em curso no gigante asiático, o preço da commodity escorregou para US$ 117 no final de setembro, uma variação, portanto, de US$ 90 em apenas três meses.

O lucro líquido da empresa ficou abaixo de estimativa que previa 6,15 bilhões de dólares no período. O preço médio de finos de minério de ferro realizado da companhia entre julho e setembro foi de 126,7 dólares por tonelada, contra 112,1 dólares um ano antes e 182,8 dólares no trimestre anterior.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado, por sua vez, somou 6,938 bilhões de dólares entre julho e setembro, alta de 13,8% na comparação anual e queda de 37% na comparação com o segundo trimestre. No relatório, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, ressaltou que a produção de minério de ferro da empresa foi próxima a 90 milhões de toneladas no trimestre.

Diante dos preços mais baixos, o executivo ressaltou que a empresa manterá a estratégia de priorizar valor sobre volume e otimização de custos, para criar e compartilhar valor com seus acionistas.

Os investimentos do terceiro trimestre somaram 1,248 bilhão de dólares, 109 milhões de dólares maior que no segundo trimestre, explicado pelo crescimento, conforme planejado, dos investimentos nos projetos de Salobo III e Serra Sul. A empresa concluiu o trimestre com dívida bruta e arrendamentos em 13,585 bilhões de dólares, um pouco menor que no segundo trimestre.

O fato não gera nenhum sinal vermelho, mas mostra a total dependência que a mineradora brasileira possui em relação ao mercado chinês.

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