Lula atravessa Simone Tebet e põe Pochmann no IBGE

A ex-senadora Simone Tebet (MDB), que concorreu à Presidência da República, apoiando o então candidato Lula (PT) no segundo turno, teve que se contentar com o Ministério do Planejamento, continua sentindo na pele o deslocamento que a ela é imposta.

Sua ida para uma pasta em que não se faz política na ponta, que tem como objetivo planejar às ações do governo, portanto, é burocrático, já sinalizava que o PT não queria dar a Tebet nenhum protagonismo político, com receio, por exemplo, dela se tornar forte para às próximas eleições presidenciais.

Agora, torna-se real os rumores que o governo quer trocar o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, que terá (a contragosto de Simone), o petista Marcio Pochmann. O nome do economista foi anunciado anteontem à noite (26) em meio a muita controvérsia. A escolha foi feita pelo próprio presidente Lula e anunciada pelo ministro da Comunicação, Paulo Pimenta. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, dava indícios de que manteria no cargo Cimar Azeredo, servidor de carreira que lidera o IBGE interinamente desde janeiro.

Desenvolvimentista e heterodoxo da Unicamp, Pochmann presidiu a Fundação Perseu Abramo e está à frente do Instituto Lula desde 2020, além de ter integrado a equipe de transição. Sua passagem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2007 e 2012, foi muito criticada, sob acusações de aparelhamento político e dirigismo ideológico. Tentando evitar polêmica, antes da oficialização, Tebet disse a interlocutores que não imporia obstáculos, por não haver risco de ingerência política no IBGE, um órgão técnico e que “caminha sozinho”. Segundo a Folha, ela chegou a classificar como aviltante a hipótese de manipulação de dados por interesses políticos. Horas antes da oficialização, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que Tebet não terá dificuldades porque o Pochmann é uma “pessoa disciplinada, leal ao presidente”. (Folha)

A ministra Simone Tebet, que tem o IBGE em sua estrutura, deu uma entrevista a Míriam Leitão, na Globo News, antes da nomeação ser divulgada. Ela afirmou que não conhece Pochmann e tratou a troca do presidente do IBGE como “um desrespeito”. A ministra também não foi avisada de que a confirmação do nome de Marcio Pochmann ocorreria ontem, conta Natuza Nery. “Só piora a situação. Ainda que o presidente tenha determinado que tivesse que ser Marcio Pochmann, precisa de elegância nesse processo”, avaliou. Durante a entrevista, a ministra do planejamento também falou da importância de uma frente ampla que una o centro democrático nas eleições municipais de 2024. “Em nome do Brasil, da democracia e do povo brasileiro, nós não podemos dormir no ponto”, diz. (GloboNews e G1)

A escolha de Pochmann divide opiniões. O economista Alexandre Schwartsman considerou que a escolha mostra o aparelhamento do Estado. Elena Landau, responsável pelo programa econômico de Tebet à presidência, disse que ontem foi “um dia de luto para estatística brasileira”. Já o economista e pesquisador da Unicamp Felipe Queiroz destacou a solidez do IBGE e desqualificou as críticas. Bruno Perez, diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE, afirmou que no governo Bolsonaro, Pochmann se manifestou contra intervenção e que na transição pareceu ser aberto ao entendimento dos problemas do instituto. (Estadão)

Vera Magalhães: “O risco apontado pela turma mais liberal da economia, à qual Tebet é mais ligada, é que Pochmann tente promover no IBGE algum tipo de redirecionamento de estatísticas de preços e pobreza. O exemplo citado é o que aconteceu no INDEC, o similar argentino do órgão, nos anos Cristina Kirchner”. (Globo)

Meio em vídeo. Em um momento de boas notícias na economia, o governo decide colocar no comando do IBGE um nome de quem todo mundo desconfia. Um nome que pode minar a credibilidade dos dados que o Brasil anuncia para o mundo.

Com informações Portal Meio (adaptado pelo Blog do Branco). 

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

Xeque mate em Moro?!

Xeque mate é uma jogada do xadrez que representa o final da partida. Nesta situação, o rei não pode ser coberto por nenhuma outra peça

Senado Federal: gastos da bancada paraense em maio

Em mais um levantamento exclusivo feito pelo Blog do Branco em relação às finanças públicas, tendo como base os números disponibilizados pelo Senado Federal, descobriu-se

Uepa celebra 29 anos com ampla programação

Com a experiência acumulada pelas instituições que a originaram, as faculdades estaduais de Enfermagem, Medicina, Educação Física e Educação, a Universidade do Estado do Pará

Eleições 2022: IPEC aponta disputa acirrada entre duas candidaturas ao Senado no Pará

A segunda pesquisa divulgada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) neste sábado (24), os candidatos ao Senado Federal Beto Faro (PT) e Mário Couto

Alepa: Eliel Faustino é empossado como deputado

Eliel Faustino (União Brasil) tomou posse como deputado estadual, na manhã desta quarta-feira (02.08), na Sala Vip da Assembleia Legislativa do Pará. Eliel Faustino ocupará

Governador do Pará participa da Cúpula da Amazônia, em Belém

Em agosto, Belém receberá chefes de Estado para debater a cooperação entre países voltada ao desenvolvimento sustentável da região. O governador do Pará, Helder Barbalho,