Além de falar grosso e verbalizar com ministros a insatisfação com a articulação política, o presidente Lula da Silva cogita ressuscitar o conselho político que manteve nos dois primeiros Governos e que também funcionou nos Governos de Dilma Rousseff. A ideia é ter o mesmo formato e periodicidade de reuniões – uma vez por semana – dos conselhos anteriores, com ministros do núcleo duro do Planalto e presidentes e líderes de partidos que integram a base no Congresso Nacional. O presidente também quer um pente-fino nos 20 vice-líderes do Governo na Câmara para eventuais trocas por parlamentares mais atuantes. Um deles caiu essa semana. Victor Linhalis (Podemos-ES) deixou o posto após divergências sobre projetos do Executivo.
Lula sabe melhor do que ninguém, que o seu governo está aquém do que esperava e que a articulação política “patina”, o que vem promovendo diversas derrotas em votações importantes, especialmente na Câmara. Vale lembrar que a proposta é diferente do que se chama popularmente de “Conselhão”, este composto por 245 pessoas, desde ministros de Estado até cidadão comum.
O que Lula quer é, de fato, criar um grupo de trabalho, que possa se reunir periodicamente para atuar em prol de melhoria da relação institucional do governo com o Congresso. Quer – como dito no início deste texto – uma avaliação mais criteriosa em relação aos seus líderes nas duas Casas , além de uma repactuação com a base governista, que vem, digamos, dando trabalho ao Palácio do Planalto.
Nos últimos dias, Lula se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP, para tentar colocar “panos quentes” na crise entre o citado e o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, do PT.
Imagem: Ricardo Stuckert