Na guerra dos números na disputa pelo governo do Pará, Doxa e Ibope ficaram no empate

Conforme publicado em alguns textos anteriores neste blog, ocorria uma outra disputa nos bastidores, além da oficial protagonizada pelos candidatos Helder Barbalho (MDB) e Márcio Miranda (DEM). Estava em jogo qual instituto de pesquisa seria o grande vencedor nesta disputa eleitoral ao governo do Pará, ou seja, qual acertaria mais em seus levantamentos? Para o embate se apresentaram a Doxa e o Ibope.

Doxa

No primeiro turno, o Instituto Doxa foi o vitorioso, por ter conseguido retratar a realidade mais próxima do resultado final das urnas. Enquanto o Ibope apontava que Helder Barbalho seria eleito em primeiro turno, assim como outros institutos de menor relevância; os números da Doxa diziam o contrário, o que de fato ocorreu na prática. Esse nível de acerto na disputa pelo Executivo paraense (haja vista que a Doxa errou em seus levantamentos na disputa pelo Senado Federal, ao sustentar o nome de Flexa Ribeiro até a última pesquisa como ocupante em uma das vagas, o que não aconteceu), criou grande expectativa em relação aos futuros levantamentos que Dornélio Silva promoveria no segundo turno.

Em sua primeira pesquisa de segundo turno, divulgada no dia 15 do mês corrente, a Doxa mostrou uma queda acentuada na diferença entre os dois candidatos, com o espaçamento ficando em 7,4% favorável ao Barbalho (46,8%  contra 39,4%). Já em seu segundo levantamento, divulgado no último dia 21, a diferença entre os candidatos continuou a cair, ficando em 5,5% (45,9% contra 40,4%). A Doxa mostrava um cenário que caminhava para a estabilização dos números de ambos, conforme analisado pelo blog, ao comparar as duas pesquisas. Mas veio o terceiro e último levantamento, aquele que poderia consagrar a Doxa. Esperava-se que os seus números colocassem Helder Barbalho e Márcio Miranda empatados na margem de erro, com leve vantagem ao candidato do MDB. Ao se ter acesso aos números (depois da polêmica de pedido de impugnação, além do ocorrido no dia seguinte, com o escritório da Doxa sendo alvo de mandado de busca e apreensão), os seus números indicaram uma surpresa: Márcio Miranda venceria a eleição, e a diferença favorável ao candidato do DEM estaria acima da margem de erro (51,9% contra 48,1%).

A Doxa assumiu o risco, e não colocou ambos os candidatos na zona de empate técnico, acreditou nos números que levantou, e bancou a vitória de Miranda. Perdeu feio. Manchou em parte o bom trabalho que vinha realizando até o momento. Mas não cabe ao blog “jogar pedra”. Que a Doxa analise o ocorrido e tire uma lição disso.

Ibope

O Instituto Ibope chegou ao segundo turno desacreditado. Seus erros no primeiro turno em relação a disputa ao governo do Pará pesaram contra. Sustentou em todos os seus levantamentos a vitória de Helder Barbalho (MDB) em primeiro turno, o que não aconteceu; além de seus números em relação ao referido candidato terem ficado na média oito pontos acima do que as urnas indicaram (em sua última pesquisa de primeiro turno, às vésperas da eleição, o candidato do MDB aparecia com 54% da intenções de voto e terminou com 47,7%).

Em seu primeiro levantamento de segundo turno, divulgado no último dia 17, o Ibope mostrou o candidato do MDB com 58% das intenções de voto. Dez dias depois, às vésperas da eleição, o citado instituto divulgou a sua segunda e última pesquisa, desta vez rebaixando em um ponto o candidato do MDB, o apresentando com 57%, enquanto o seu adversário, Márcio Miranda aparecia com 43%. O Ibope acertou o resultado final dentro da sua margem de erro (3%), empatando a disputa contra a Doxa.

Na guerra dos números dos dois institutos não houve supremacia. A Doxa venceu a disputa contra o Ibope no primeiro turno, e perdeu para o instituto nacional no segundo turno. No apagar das luzes da eleição, o Ibope saiu moralmente superior por ter apontado o vencedor que se elegeu governador do Pará.

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