Iniciava o dia 01 de janeiro de 2003, e com ele o fim da era tucana no Palácio do Planalto. O PT chegava ao poder para ficar por 14 anos, até 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu o processo de impeachment. Depois de oito anos, duas gestões, os tucanos perderiam novamente as três eleições subsequentes (Alckmin, em 2006; Serra, em 2010 e Aécio Neves em 2014).
No último pleito, em 2014, o PSDB chegou próximo da vitória com o senador Aécio Neves. Se o ex-governador mineiro não fosse pego em ilicitudes, poderia ser novamente hoje o candidato tucano, com maiores chances de vitória, configurando-se como um dos favoritos, em 2018. Mas o destino o tirou da disputa e o coloca atualmente no rumo do ostracismo, tornando-o um zumbi político.
Sem Neves, não houve outra alternativa ao PSDB que não fosse a escolha de Geraldo Alckmin (que entregou o cargo de governador de São Paulo para concorrer ao Palácio do Planalto). Mesmo sem ser o melhor nome entre as fileiras do PSDB, Alckmin se apresenta como a indicação de maior abrangência tucana em nível nacional (governador por três mandatos do estado mais rico e desenvolvimento da federação e presidente nacional do PSDB).
As pesquisas apontam que Alckmin não se configura em nenhum cenário para o segundo turno. Se posiciona na quarta ou quinta posição (dependendo do cenário). As pesquisas internas do PSDB já apontavam essa posição incomoda, confirmado agora pelas pesquisas eleitorais. A pressão interna aumenta com o posicionamento atual de Alckmin nas medições de intenção de voto, bem distante da posição pretendida pelo PSDB.
Os tucanos teriam um plano B, caso a candidatura de Alckmin não decole? Creio que não. A título comparativo, em 2014, no mesmo período, Aécio Neves se apresentava entre 12% a 15% nas pesquisas; se posicionando em terceiro, atrás de Dilma Rousseff e Marina Silva. Neves cresceu e chegou ao segundo turno, quase vencendo a eleição.
A diferença é que, naquela época, o PSDB não havia sido atingido por denúncias de corrupção e não carregava grande desgaste de sua imagem. Hoje o cenário é desfavorável aos tucanos, que foram arrolados, assim como o PT e MDB, à vala comum da corrução sistêmica.
Inegavelmente, dentro dos nomes que se apresentam, a indicação tucana é o preferido dos grandes grupos econômicos e da grande mídia. A questão é saber até que ponto se torna competitiva a candidatura de Alckmin e até que ponto terá o apoio desses poderosos grupos? Esse é o dilema do PSDB