O “fator Darci” na disputa pelo governo do Pará

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Parauapebas é o quinto maior colégio eleitoral paraense segundo dados mais atualizados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de ser a segunda municipalidade em volume de riqueza produzida no Pará. O prefeito Darci Lermen é do MDB, mesmo partido de Helder Barbalho, candidato ao Palácio dos Despachos, o que torna a “capital do minério” um ponto estratégico no tabuleiro eleitoral estadual.

A questão é que o atual mandatário da política parauapebense vem fazendo uma péssima gestão. Seu governo que antes era o da “Oportunidade” (slogan de campanha que logo foi abandonado por motivos óbvios), agora passou a ser o “Da nossa gente”, mas que parece não passar de mais um slogan, uma peça publicitária, com objetivo de aproximar a população da gestão. A impopularidade de Darci Lermen poderá afetar em que nível eleitoral o candidato Helder Barbalho? Até o momento, parece que ambos estão distanciados. Seria algo definido? Helder quer evitar associar a sua imagem a de um gestor atualmente impopular?

Em 2014, por exemplo, o ex-ministro da Integração Nacional venceu em Parauapebas, como em toda a região de Carajás. Simão Jatene já apresentava baixa popularidade na referida região, o que foi associada ao governo Valmir Mariano, outro que na época citada tinha a sua gestão mal avaliada. Resultado foi uma votação pífia do PSDB na região, especialmente na “capital do minério”.

Não há dúvida que a vitória de Lermen na eleição de 2016 teve forte influência dos Barbalhos, de olho na próxima disputa eleitoral, que chegou. O atual prefeito de Parauapebas, portanto, e no plano teórico, possui inegável importância, sendo, talvez, o maior cabo-eleitoral da região de Carajás para o candidato ao governo do Pará pelo MDB. Helder, talvez, não esperasse que impopularidade de Darci estivesse tão grande. Isso foi confirmado pelo próprio mandatário municipal quando mandou fazer uma pesquisa de consumo interno sobre a avaliação de seu governo e de sua imagem. A rejeição chegou a 80% segundo fontes ligadas ao blog. O conteúdo foi guardado “a sete chaves” e serviu apenas para debates internos dentro do gabinete.

O distanciamento entre Helder Barbalho e Darci Lermen é algo definido? Programado? Um caso temporário? O que se pode afirmar que atualmente o prefeito de Parauapebas não está em condições políticas de ser um grande puxador de votos ao ex-ministro, e que a sua imagem já esteve em melhor patamar de avaliação. Quando se monta um governo dando prioridade aos acordos políticos em detrimento a técnica, o resultado é o que se acompanha na prática. Mas Darci parece não se importar. Confidencia aos assessores mais próximos que isso é passageiro e que logo estará nos “braços do povo”. Aposta tudo nos últimos 18 meses de governo; ou acha que só o teleférico o fará continuar no Palácio do Morro dos Ventos?

A sorte de Lermen é que a oposição consegue ser pior do que o seu governo. O autofagismo político-eleitoral do PSD poderá custar caro aos seus protagonistas, e ser um dos maiores responsáveis pela continuação da atual gestão. Enquanto isso, o tempo passa e o finito apito do trem continua.

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