A atual secretária estadual de Cultural, Úrsula Vidal, concedeu neste domingo, 29, entrevista à repórter Keila Ferreira, postada no caderno Panorama, de O Liberal. O processo dialético foi extenso e bem amplo, abordando diversos aspectos: gestão da Secult, a relação com o governador Helder Barbalho e o principal: as pretensões eleitorais.
Como manda o manual jornalistico para a ocasião, foi perguntado se há interesse em concorrer à Prefeitura de Belém, em 2020. Vidal deixou claro que sim, tem esse objetivo (ressaltou o seu histórico de disputas eleitorais, dando ênfase ao seu desempenho na capital paraense, quando concorreu a uma vaga ao Senado Federal, ocasião que obteve 253 mil votos). Na disputa municipal, em 2016, Vidal chegou em 4º lugar, com 79,968 votos (10,29%) dos votos válidos. Votação que surpreendeu pela estrutura dispensada de seu partido em comparação aos outros adversários.
Úrsula conseguiu (nas duas últimas disputas eleitorais) sair do reduto acadêmico mais elitizado, para simpatizar eleitores de outras camadas sociais. As suas ideias e propostas foram bem aceitas, além de ótima comunicação que é uma de suas marcas. Seu índice de rejeição é mínimo. Portanto, tem longo caminho de crescimento em pesquisas de opinião.
Na entrevista ela deixa claro que está apostos para concorrer ao Palácio Antônio Lemos, mas aguarda a decisão de apoio ou não do governador Helder Barbalho. Conforme já dito aqui em outros artigos, caberá ao atual mandatário da política paraense decidir quem apoiar. Há, pelo menos, três nomes dentro do governo, quantitativo que inclui a protagonista deste artigo. Os outros dois seriam o vice-governador Lúcio Vale (o preferido de Helder, isso antes da operação “Vissaium” da Polícia Federal, em que o citado é suspeito de desviar recursos públicos federais que seriam destinados a merenda escolar, e que o fato irá pesar contra a escolha) e Carlos Maneschy, secretário de Ciência e Tecnologia.
Conforme dito aqui, entre os nomes que hoje compõe a “lista tríplice”, a de Vidal seria o mais competitivo, com reais chances de vencer. Também como já analisado em outros artigos, a Prefeitura de Belém é uma das prioridades político-eleitoral do governador. Assim como ocorrido no Estado, Helder quer acabar com a hegemonia política tucana e aliados na capital do Pará.
Úrsula aproveitou a entrevista e deixou um recado ao governador: está a disposição para concorrer ao Palácio Antônio Lemos, pelo governo do Estado, caso seja desejo do chefe do Executivo paraense. Helder sabe que tem essa “carta na manga”, caso seja necessário usá-la. Não seria a melhor opção, mas quem sabe seja, talvez, pelas circunstâncias, passe a ser. Conforme dito, a palavra final será do governador.