O Filtro Ideológico

Joaquim Levy não é mais presidente do BNDES. Pediu demissão ontem, 16, cedo. Sua saída está ligada a um descontentamento do presidente Jair Bolsonaro. Levy indicou Marcos Barbosa Pinto para a diretoria de Mercado de Capitais do BNDES. Isso porque Barbosa Pinto foi assessor do banco no governo do PT. As duras críticas públicas do presidente fizeram Joaquim pedir para sair. Não esperou ser demitido. 

O tal caso é apenas mais um de vários que ocorreram. O filtro ideológico do governo é forte, e derruba qualquer um, até os de alto escalão. Vale lembrar que Onyx Lorenzoni, logo após ter se tornado ministro Chefe da Casa Civil determinou uma “limpeza” geral em sua pasta. Todos os assessores que estivessem qualquer ligação com governos petistas deveriam ser desligados. E que tal decisão valeria a todo o governo. A gestão federal está tomada pela questão ideológica, que, de fato, determina o direcionamento das ações. 

No caso da Educação, isto está mais do que evidente. A questão é: se combate determinadas ideologias com outras ideologias. E apenas uma permuta de pensamentos que se processa na prática. Essa é a lógica. 

A competência ou o retorno que determinado agente público pode promover tornou-se menos importante. O que vale é o posicionamento Ideológico, ou melhor, a ausência de qualquer postura à esquerda. 

Acusavam que o PT fazia filtro Ideológico. De fato fazia, mas não dá forma e nível que o atual governo promove. Exemplos não faltam: na Era Petista, diversos agentes públicos eram de outras legendas, inclusive com fortes ligações com o PSDB, o maior rival dos petistas naquela época. Henrique Meirelles era um tucano, mas presidiu o Banco Central do governo Lula. O citado neste artigo, Joaquim Levy, foi ministro da Fazenda de Dilma, ele ligado ao mercado financeiro. Cadê a ideologia de esquerda do PT neste caso? 

No governo Bolsonaro a questão ideologia tornou-se a “chave” para se abrir ou fechar portas. A ala ideológica continua dando o seu recado e enquadrando quem ousar “sair da linha” traçada por ela. A leva de demissões foi o recado. O filtro Ideológico é quem decide. A competência tornou-se irrelevante.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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