O fim de 2022 e o início de 2023 no tabuleiro político paraense

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Francisco Mello (MDB), o “Chicão”, do MDB, que atualmente preside a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), tem tudo para se reconduzido ao comando do parlamento na próxima legislatura. Isso está, ou, pelo menos, era para ser assunto encerrado. Todavia, outros nomes andam nos bastidores reivindicando a cadeira mais importante do parlamento estadual.

O que se diz é que Iran Lima e Chamonzinho, ambos do MDB, estão articulando para comandarem a Alepa no próximo biênio (2023-2024). Cada um justifica à sua maneira. Lima, por exemplo, afirma ser também – assim como Chicão – um homem de confiança do governador. Já o ex-prefeito de Curionópolis, defende o seu nome justamente por ter sido o mais votado entre todos os eleitos.

O que o Blog do Branco apurou é que, até o momento,  não há conflitos internos dentro do MDB sobre o caso. Mas, também não há uma aceitação unanime da continuidade de Chicão no comando do parlamento estadual. O ponto favorável ao atual presidente, além da confiança do clã Barbalho, é justamente a sua gestão no comando da citada Casa de Leis. Chicão é funcionário de carreira da Alepa, elogiado pelos servidores pelos quatro cantos. Investiu em infraestrutura, o que melhorou muito as condições de trabalho, além de ter melhorado a formação e salário dos servidores legislativos.

Caso seja necessário, o governador reeleito Helder Barbalho (MDB) deverá entrar na questão, mas só em última possibilidade. A definição de quem será o próximo presidente da Alepa é de Helder, que dará a palavra final, como vem sendo desde 2019, quando assumiu o Poder Executivo paraense.

Eleições municipais de 2024

Assim que os trabalhos legislativos forem iniciados, o novo governo definido, outra questão se colocará na pauta: eleições municipais. Não é surpresa no que se refere às prefeituras paraenses, a de Belém, é o alvo principal do mandatário estadual. Não só, logicamente pela importância política do Palácio Antônio Lemos, mas por um fato histórico: pelo voto direto, o MDB nunca governou a Prefeitura de Belém. A única gestão do partido foi entre os anos de 1986 a 1989, quando o voto para prefeito ainda não era direto, quando Fernando Coutinho Jorge governou Belém.

Para manter o seu projeto político em franco desenvolvimento, Helder sabe que terá que, no mínimo, manter a sua atual base de apoio, que chega a 80% dos paços municipais. Neste contexto, como dito antes, a Prefeitura de Belém é fundamental, além de outras como Santarém, Marabá, Parauapebas, Castanhal, Paragominas e Altamira, só para citar os maiores colégios eleitorais paraenses. A questão central está em Ananindeua, já que Helder Barbalho e Daniel Santos estão de relações rompidas.

Se continuar esse rompimento até próximo ao período eleitoral de 2024, o mandatário estadual apoiaria um nome para tentar tirar a Prefeitura de Ananindeua, de Santos? Segundo informações de bastidores, as saídas de Daniel Santos e de sua esposa Alessandra Haber, a deputada federal mais votada na eleição de 2022 no Pará, do MDB, parece ser algo inevitável.

Fila na porta do Palácio

Helder Barbalho conseguiu construir com muita maestria uma numerosa base de apoio. Tal façanha lhe possibilitou se reeleger em primeiro turno, sendo o mais votado proporcionalmente governador do Brasil, bancadas estadual e federal numerosas do MDB, além de total controle sobre a Alepa. Todavia, quando se expande muito um grupo político, corre-se o risco ao não conseguir atender a todos, criar fissuras internas. O que se fala é que a fila na porta do Palácio está grande, efeito do processo eleitoral, que deixou diversos deputados federais e estaduais sem mandato, além de importantes nomes que não conseguiram se eleger.

Na montagem de seu segundo governo, Helder terá que encaixar cuidadosamente essas peças. Quem ficar de fora ou não se sentir atendido, deverá criar instabilidades internas no grupo, o que poderá, quem sabe, respingar no processo eleitoral de 2024.

Jader Filho em Brasília

Quem acompanha os bastidores da política paraense, sabe que um ator, quase sempre escondido nos bastidores, mas que tem uma grande importância no movimento das peças do tabuleiro político paraense, atende pelo nome de Jader Filho, irmão de Helder, e que preside o MDB estadual. Teve papel fundamental nas eleições de 2018 e 2022. Seu destino nos próximos anos poderá ser a troca de Belém por Brasília, com a possibilidade de ser ministro de Lula.

Atuação da vice

O próximo ano será também de muita observação. Como será a atuação da vice-governadora eleita, Hana Ghassan no governo. Será um artigo de decoração? Terá atuação firme, com grande visibilidade? Como será a relação com o novo governo federal, ela sendo uma bolsonarista?

Muita emoção pela frente. Aguardem!

Imagem: reprodução Internet. 

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