O atual prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante) em pouco mais de dois meses no cargo político mais importante do município, conseguiu produzir contra si mesmo a pecha de inconfiável dentro do tabuleiro político parauapebense. Na prática, se tornou um agente público de pouca confiança para com os que tratam e lidam com o mesmo.
Corre pelos bastidores políticos a suspeita de que o mandatário da capital do minério tem o hábito de gravar sem autorização conversas e acordos com agentes do próprio governo, além de alguns vereadores, especialmente os que compõe à sua base.
Se é verdade ou não, saberemos mais à frente. Prova material que sustenta o título deste artigo analítico foi o fato ocorrido no último dia 25, quando o prefeito participou de uma audiência com o juiz Lauro Fontes. Por diversos momentos o chefe do Poder Executivo afirmou (sem ser indagado pelo magistrado em questão) que alguns vereadores – sem citar nomes – exigiram mais de uma centena de cargos na gestão para se manter na base governista.
Os vereadores foram entregues pelo prefeito de “bandeja” à Justiça. O vídeo desencadeou um verdadeiro fuzuê no meio político. A expectativa era uma resposta à altura do Legislativo contra Aurélio Goiano na sessão seguinte ao ocorrido. Fontes ligadas ao Blog do Branco afirmaram que no dia seguinte a patuscada do mandatário, ocorreu uma reunião em uma residência com a presença de vereadores e o prefeito, em que este precisou se desculpar com os parlamentares.
A Sessão Ordinária de ontem, 06, era esperada para que se pudesse mensurar o nível de tensão entre os Poderes. O líder de governo, Léo Márcio (Solidariedade) não se fez presente. Justificou a ausência por conta do mal tempo e, consequentemente, a necessidade de desvio do seu voo…
O expediente legislativo foi mais tranquilo do que se poderia esperar. Uma e outra cobrança deram o tom. Quatorze vereadores assinaram documento que consta um pedido de esclarecimento por parte do prefeito sobre o caso. Resta saber se foi combinado ou, de fato, o mandatário irá se pronunciar?
A sessão também foi importante para se definir ou se delimitar quem compõe a oposição ao governo. Por enquanto, três parlamentares se posicionam na “trincheira” de embate ao prefeito. Sob liderança de Maquivalda Barros (PDT), Zé do Bode (UB) e Sargento Nogueira (Avante) estão oficialmente fora da base de governo. O policial militar licenciado deixou claro que fará uma oposição responsável contra o governo.
Zé do Bode reafirmou que também terá postura responsável, compreendendo as dificuldades que a atual gestão enfrenta e o pouco tempo de governo.
Maquivalda se apresenta como a parlamentar que terá papel contundente, ou seja, terá atuação enérgica na fiscalização e nas cobranças. Tal postura tem método e segue a estratégia de seu grupo político, liderado por seu esposo, o deputado estadual Ivanaldo Braz, que não esconde a intenção de disputar a Prefeitura de Parauapebas, em 2028.
A atuação de Maquivalda será determinante para que Braz chegue em 2028 com condições políticas de tentar vencer a disputa contra o atual prefeito. Antes disso, precisa se reeleger no parlamento estadual, caso contrário, pode esquecer 2028.
Em dois meses no cargo, Aurélio Goiano deixa claro que não é político, ou não aprendeu ou não quer aprender a arte de negociar. Tem, claramente, dificuldade em entender que deixou de ser “pedra” e se tornou “vidraça”, o que lhe força a ter postura menos truculenta e mais democrática.
Perdeu um pilar importante para um político: confiança. Sem essa qualidade tudo se torna mais difícil e lhe faz perder aliados. Em resumo, de forma geral, a conta fica mais cara. Como confiar? Melhor é ter cuidado.
Imagem: O Antagônico



