O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completou dois meses de estadia em solo americano desde quando deixou o Brasil ainda na condição de mandatário e rumou em direção a Orlando, na Flórida, que existe um vácuo de liderança da oposição. Não há uma voz que centralize e promova críticas ao novo governo. O que há, na prática, é um leque de agentes políticos que buscam atrair para si o protagonismo bolsonarista, com a finalidade herdar a considerável musculatura do ex-presidente.
A ex-primeira-dama Michele Bolsonaro assumiu recentemente o PL Mulher, que será o seu laboratório político para, quem sabe, voos maiores. Da mesma forma, o citado partido sabe que precisa manter a chama bolsonarista acesa, pois sem ela, a legenda perde musculatura e poderá se tornar uma a se resumir a compor o chamado centrão.
Um nome que vem tomando forma e poderá ser uma possibilidade ao bolsonarismo, é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro, considerado um quadro técnico e menos ideológico. Todavia, o mesmo vem sofrendo pressão de aliados do ex-presidente por seu comportamento pragmático, em que andou emitindo comentários elogiosos em relação ao presidente Lula (PT).
Voltando a Michele… Ela é vista como uma candidata em potencial. Em seu redor há uma grande base evangélica. Todavia, ainda é vista como um nome que se resume há determinado nicho. Precisaria, portanto, iniciar um trabalho de expansão para outros segmentos sociais. O PL montou uma estrutura com profissionais renomados para assessorar a ex-primeira-dama nessa empreitada.
De todo modo, como dito antes neste Blog, não há vácuo em política. Bolsonaro comete um grande erro político em continuar em solo americano, se resumindo a emitir comentários críticos ao novo governo. Ele precisa liderar presencialmente a oposição. Para muitos que estavam na base de apoio bolsonarista, Jair é passado. A ver.
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