O vice de Bolsonaro

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O processo eleitoral se aproxima e com ele a pressão pela definição de quem será o candidato a vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL)? Se tem uma certeza nesse processo: o atual vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB) não irá reeditar a dobradinha vitoriosa de 2018. Vale relembrar que o atual vice foi definido sendo a quarta opção, depois de quatro convites anteriores não aceitos por outras pessoas. Mourão, de fato, ingressou na chapa “em cima da hora”, nos últimos instantes do tempo de registro das candidaturas. Nunca esteve cotado entre os nomes ventilados à época.

Informações de bastidores dão conta que Hamilton deverá ser candidato ao Senado Federal, ainda sem definição por qual ente federativo. De todo modo, “já começou a arrumar as malas”. O presidente vem afirmando que quer um militar como seu vice. Se seguir por esse caminho (assessores tentam removê-lo da ideia) o nome que desponta com maior amplitude é o do atual ministro da Defesa, general do Exército, Braga Neto, que foi Chefe da Casa Civil do atual governo.

A questão é: em que a escolha por Braga Netto acrescenta eleitoralmente? Vice, em tese, é complemento. No âmbito eleitoral, tem o papel de trazer apoios regionais, agregar votos. Geralmente a escolha de um vice-presidente é feita com os mais elevados critérios. Se a escolha pelo atual ministro da Defesa vingar, seu nome não amplia a base de votos do presidente; por outro lado, reforça o apoio dos bolsonaristas mais ortodoxos, pois, para eles formaria uma “chapa pura”. Outros, mais receosos com essa possibilidade, afirmam que tal união poderia ser um sinal de que, caso Bolsonaro não vença nas urnas, uma ruptura democrática seria a alternativa, por isso, o nome de Braga.

Outro nome que se fala em Brasília é a do atual ministro do Turismo, Gilson Machado, uma figura, no mínimo, excêntrica. É mais conhecido por tocar sanfona nas lives do presidente. Machado é nordestino, região em que Bolsonaro não consegue ir bem. Sua naturalidade seria uma das justificativas para a sua escolha. A questão é que o gestor do Turismo não é conhecido nem mesmo na região em que nasceu e viveu.

Por fim, dentro da estrutura do Governo Federal, outro nome falado é o de Tereza Cristina (PP), ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Uma das poucas mulheres a compor o primeiro escalação do governo. Muitos auxiliares presidenciais afirmam que o seu nome agregará votos, por exemplo, aproximará Bolsonaro do eleitorado feminino. Todavia, o próprio presidente não gosta da possibilidade. Tem a ideia fixa de ter como vice um militar.

Outros nomes poderão surgir. Muitos acordos ainda poderão ser fechados. De todo modo, a definição do nome precisará obrigatoriamente agregar eleitoralmente a Bolsonaro, pois as pesquisas feitas até aqui, o colocam em uma situação desconfortável, com sérios riscos de não se reeleger. A ver.

Imagem: Revista Crusoé.

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