Quem conhece o processo político-eleitoral sabe que a data de lançamento de uma pré-candidatura a cargo majoritário é cuidadosamente estudada para ser definida. Se analisa, por exemplo, o cenário, a definição de data dos adversários; agenda da cidade e repercussão social do evento no período marcado.
No caso de Miranda, aconteceu no dia 07 do mês corrente o lançamento de sua pré-candidatura. Seu maior adversário, o ex-ministro Helder Barbalho realizará, segundo informações de sua assessoria ao blog, em agosto, ainda sem data definida.
Geralmente o lançamento de pré-candidaturas em cargo majoritários, ainda mais se tratando das duas principais candidaturas ao governo do Pará; ocorrem em datas próximas, em intervalo temporal curto, justamente para rivalizar a atenção e impacto dos eventos. No caso da atual disputa, há um considerável espaçamento de quase dois meses.
Na prática, Márcio Miranda promoveu a oficialização de sua condição de pré-candidato ao governo do Pará de forma antecipada, no início de junho, algo incomum. Como em política nada é por acaso, essa antecipação é uma estratégia política. Ao fazê-la cedo, Miranda assume de vez o posto de “candidato”, o que lhe permite atuar como tal. E, por outro lado, a definição de seu nome, lhe possibilita organizar ações e iniciar o quanto antes os arranjos políticos. A antecipação atende também, de quebra, a estratégia de Simão Jatene. Pois ao definir, mesmo ainda sem a convenção partidária, o governador acalma o PSDB e busca a unificação do partido em torno do nome do presidente da Alepa.
Márcio Miranda foi oficializado como pré-candidato ao governo do Pará no dia 07, três dias depois, dia 10, em sua edição de domingo, o jornal Diário do Pará fez o seu ataque mais feroz ao presidente da Assembleia Legislativa. Em matéria de capa, o periódico dos Barbalho afirmou: “Jatene dá R$ 30 milhões da saúde para às empresas de Márcio Miranda”. A matéria foi assinada pela jornalista Ana Célia Pinheiro, do blog “A Perereca da Vizinha” e que, vez ou outra produz conteúdo ao referido jornal, sobretudo de teor investigativo.
Miranda se tornou o principal alvo do Diário do Pará e assim será pelos próximos meses. A referida matéria sobre os repasses financeiros aos dois hospitais que o deputado estadual detém é só um aviso do que ainda poderá ser levantado e produzido pelo jornal.
Por outro lado, em outro quarteirão, na travessa 25 de setembro, sede dos jornais O Liberal e Amazônia, ambos controlados pelas Organizações Rômulo Maiorana (ORM), que após a mudança no comando do grupo, parece viver um período de tranquilidade com a família Barbalho, sobretudo, no que diz respeito a Jader e Helder. Ambos aparecem constantemente nas páginas dos referidos jornais, atualmente muito mais em caráter publicitário do que recebendo ataques como era antes. Essa aproximação de certo modo não é interessante a Miranda, pois terá que compartilhar os espaços do maior veículo de comunicação do Pará, que parece – por sua nova linha editorial, proposta por sua nova presidência – se dividir na bipolaridade político-eleitoral protagonizada pelo PSDB e MDB.