Paixão de eleição

A disputa eleitoral mexe com sentimentos e desperta em alguns o desejo, o amor, a paixão; algo que parece nascer e terminar conforme o período de eleição. Essa parece ser a lógica para explicar a decisão de Úrsula Vidal ao se desfiliar do Psol, por conta do seu aceite em ser secretária de Cultura do Pará, no próximo governo. Entre todas as escolhas do governador eleito Helder Barbalho, a de Vidal foi a mais polêmica. Não pelo nome em si, haja vista, que Úrsula é um dos nomes mais indicados no Pará para assumir tal posto, mas por sua até então, filiação partidária.

Sua vida na política começou em 2014, quando se filiou ao PPS; depois compôs o quadro da Rede para disputar o pleito seguinte, o de 2016; e para um novo projeto político, em 2018, se filiou ao Psol, ocasião analisada pelo blog (Leia Aqui) nove meses depois deixa pela terceira vez uma legenda política em quatro anos na política-partidária. Reconhecidamente, Vidal sempre foi uma jornalista de respeito, gabaritada, de opinião e conteúdo, sobretudo, crítico. Uma mente privilegiada dentro de uma seara de escassez de neurônios. Portanto, é um quadro político como poucos, mas a questão dessa intensa permuta deverá criar fissuras a imagem de Vidal.

No caso da filiação ao Psol, Vidal seguiu a lógica de sua atuação, dentro do expecto político-partidário, foi a melhor opção, a mais coerente, pelo menos. Essa relação foi uma paixão de eleição, que serviu aos interesses de ambas as partes. Úrsula não deve nada ao seu agora ex-partido e nem a referida legenda a ela. O que Vidal precisa fazer – até para não acabar politicamente como alguns que promoveram essas mudanças em curto espaço de tempo – é definir um caminho, um partido e seguir, criar base e raiz. Apesar que, a grande maioria dos seus votos ocorrem por sua imagem e trajetória, e não por partido, que até então influenciou pouco em seus resultados nas urnas.

De resto, é uma excelente escolha do governador eleito. Um nome respeitado e que conhece por ofício a cultura paraense. A esperança é que a sua gestão promova – de fato – um novo direcionamento nas ações culturais em solo paraense, quebrando, portanto, um perfil considerado conservador que perdurava há duas décadas. O resto é mimimi… Paixão de eleição existe. Boa sorte a Úrsula.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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