O último final de semana foi agitado dentro do tabuleiro político paraense. Duas pesquisas eleitorais foram publicadas no mesmo dia, na última sexta-feira (24), para as disputas ao governo do Pará, Senado Federal e Presidência da República. O Instituto Acertar e a Doxa Pesquisas, apresentaram seus números.
Pouca variação estatística entre ambas. Helder Barbalho lidera com folga (em todos os cenários e nas duas pesquisas), seguido por Paulo Rocha, Edmilson Rodrigues, Úrsula Vidal e Márcio Miranda (a ordem destes, depende da montagem do cenário – opções apresentadas ao entrevistado – e de quem produziu a pesquisa).
Um dado levantado em ambas as pesquisas foi a avaliação do governo de Simão Jatene. O resultado aferido nas duas pesquisas é preocupante ao ninho tucano. O Instituto Acertar apontou que 27,4% dos entrevistados avaliam o governo como péssimo. Outros 15,3% afirmaram que o 3º mandato de Simão é ruim e 11% disseram que é regular (a referida escala foi formada no campo negativo, portanto, o nível de regular é para baixo (-)). Sendo assim, a soma da análise negativa do governo ultrapassa 53%.
No meio da tabela, o termo regular (stricto sensu) apresentou 19,6%. No campo positivo, apenas 2,6% disseram que o governo Jatene é ótimo (veja a tabela abaixo para melhor entendimento):
Pesquisa Doxa – Avaliação da gestão Jatene
Segundo dados divulgados pela Doxa, 57,3% dos entrevistados (2000 formulários) reprovaram a gestão estadual tucana. Outros 40,0% dos eleitores paraenses aprovam o governo de Simão Jatene. Os que não souberam responder ficou em 2,7%.
Não há dúvida, a rejeição e a péssima avaliação do terceiro mandato de Simão Jatene será um dos maiores desafios de Márcio Miranda. Como ser representante de um projeto político desgastado? A dinastia tucana completará em dezembro de 2018, duas décadas, 16 anos interruptos. Claramente o modelo de gestão, de políticas públicas, de ações de desenvolvimento estão desgastadas, algo natural na política. Miranda sabe disso e, portanto, deve se apresentar como um sucessor que irá fazer mais, melhor e buscará ajustes para melhorar o que está sendo feito e propor novos projetos.
Além de não ser conhecido nos quatro cantos do Pará, Miranda terá que representar um projeto de poder, um governo e, ao mesmo tempo, buscar se distanciar dele. Se a sua imagem estiver “colada” a de Jatene, isso poderá lhe tirar votos. O eleitor terá na imagem, uma visão de continuidade de gestão, portanto, não aprovará a manutenção do atual projeto. A vantagem é que o índice de rejeição de Miranda é baixo e tende a ser o que menos irá crescer entre os seus adversários.
A eleição que se aproxima será um embate entre índices de rejeição. Assim como o governo Jatene bate recordes de insatisfação, Helder Barbalho ostenta um alto índice de pessoas que declaram que não votariam nele, em hipótese nenhuma. De qualquer forma, Márcio Miranda sabe que Jatene é mais útil a certa distância do que ao lado. Segundo informações conseguidas nos bastidores pelo blog, o presidente da Alepa deixou claro ao governador que só será candidato ao Palácio dos Despachos, se assumir o governo, em abril. Algo que ainda não definido e não depende só de Jatene. O vice ainda joga os dados. E quem disse que o ninho tucano desistiu da cadeira mais importante da política paraense?