Pará virou “terra sem lei”

Diferente do propagado discurso palaciano, a segurança pública no estado do Pará só piora. Em 2015, 19 policiais militares perderam a vida. No ano passado, o número de óbitos na tropa aumentou para 23. Em apenas quatro meses do ano corrente, 15 PMs perderam a vida. Ou seja, pelo alto índice de violência que o Pará atravessa, possivelmente e infelizmente, 2017 poderá ser o ano recorde em óbitos de policiais.

E tudo isso ocorre (há anos) sem que haja – de fato – alguma ação enérgica por parte do governador Simão Jatene. Além disso, a matança desenfreada de inocentes continua pelos quatro cantos do território paraense. Não há mudança no comando da Segurança Pública, que aliás, mantém o mesmo secretário (aquele que deixou claro em audiência na OAB que não entendia de segurança pública ao ser indagado por diversos presentes no encontro).

Em recente pesquisa, a 1º sobre Vitimização, produzida pela Macroplan, empresa de consultoria, os resultados apresentados pelo Pará na área da segurança pública foram alarmantes: 35% da população disse que já ter sido vítima de algum tipo de crime; a capital do Pará, Belém, aparece em 23º no ranking das 50 cidades mais violentas do mundo; o Pará se tornou o 4º Estado mais violento do Brasil; o 3º do Brasil em número de homicídios e se constatou ainda que o referido índice cresceu 189% em Belém nos últimos 10 anos.

O blog ao buscar informações referentes aos dados estatísticos na área no site da Secretária de Segurança Pública (Segup) teve a surpresa de verificar que os dados disponíveis estão desatualizados. O ano mais próximo referentes aos mais diversos registros são de 2013. Por conta disso, o blog entrou em contato com a assessoria de comunicação do referido órgão para esclarecimentos sobre a falta de atualizações. O e-mail foi enviado no último sábado (15) e até a publicação desta matéria não houve retorno por parte da referida instituição.

O site oficial da Segup estaria tanto tempo desatualizado por qual motivo? São quase quatro anos sem atualização. Será que o governo do Pará esconde os reais números ou a realidade caótica que os paraenses estão submetidos diariamente? Pelo visto, a transparência que deveria ser a base de toda e qualquer gestão pública, não está sendo seguida no Pará, pelo menos na área de segurança.

Enquanto isso, o governador ao ser indagado sobre o caos na referida área faz cara de paisagem e apresenta o velho discurso pronto e decorado de jogar a responsabilidade ao governo federal e dizer que isso (a violência) ocorre em todo o país. Isso é verdade, mas em diversos entes federativos há uma clara diferença: o governo promove mudanças, fomenta ações e efetivamente age no combate à violência. No Pará as autoridades da referida área preferem analisar planilhas (documentos internos, haja vista, que pelo verificado no site da Segup, a sociedade não tem acesso) e promover retóricas dentro de seus gabinetes.

Enquanto isso, morre-se no varejo no Pará. Com a palavra a Segup… Já que o governador só se pronuncia de forma superficial.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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