Parauapebas completa 31 anos. Continua o desafio do futuro incerto

Na data corrente (10) há trinta e um anos surgia no mapa brasileiro mais um município, desmembrado – assim como outros próximos – de Marabá. Nascia rico por ser dono da maior reserva mineral já mapeada em todo o planeta. A riqueza mineral da região, especificamente na então Serra Norte, seria o motor desenvolvimentista que iria – no plano teórico – promover mudança significativa e irreversível ao território regional, como de fato ocorreu. 

São trinta e um anos (isso só de emancipação) de um intenso processo de ocupação, conflitos, descobertas, encontros, desencontros, chegadas e partidas. Parauapebas é, sem dúvida, um porto sem cais, sem píer, sem navios ou barcos… Um pujante ponto de encontro. Encontro esse de sonhos, desejos, perspectivas, frustrações, luta, conquistas e perdas. Foi dessa forma, com centenas de personagens importantes, que logo deixaria de ser uma vila, um ponto de apoio para a instalação do maior projeto mineral do planeta, para se tornar mais uma municipalidade brasileira, com a diferença de ter se tornado rapidamente um dos maiores motores da economia nacional (o que se confirmou anos depois, e se manteve por um bom tempo – enquanto a cotação do minério de ferro esteve nas alturas no mercado internacional).

Parauapebas já iniciou um novo ciclo, após três décadas de intensa dependência mineral. O município vem buscando criar bases econômicas (ainda insuficientes) para além da cava de extração mineral, a exemplo do que foi tratado aqui recentemente em relação ao turismo. Além disso, há um nível mediano de comércio e serviços na cidade (ligado claramente a mineração, que direta e indiretamente o sustenta), mas que já produz desdobramentos próprios dentro da cadeia produtiva local.

Cabe a Prefeitura o desafio de gerir um território complexo, com crescentes demandas e com um orçamento cada vez menor no tocante a investimento.Três décadas de intensa extração da maior riqueza da região que não voltará, e que caminha (pelo atual modelo de extração, cada vez mais voltado ao aumento de produção) para o aceleramento de sua exaustão, no caso de Parauapebas, a Serra Norte. Quais as alternativas? Plano B?

Alternativas há, planos existem, modelos desenvolvimentistas estão prontos para serem adaptados, recriados. A questão é vencer a força motriz que a lógica da dependência de um único recurso impõe a região. Parabéns Parauapebas por seus 31 anos de um memorável recente processo histórico. Que cada parauapebense, fixo ou transitório, possa refletir nesta data: o que nos espera no futuro? Ou como mudar o futuro tenebroso? Parabéns, Parauapebas, que a cidade-menina possa ser muito mais do que um depósito mineral, encravado no meio da floresta amazônica. Que o seu futuro seja cada vez menos incerto e mais promissor.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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