Aberto em 1984, o complexo de mineração de Serra Norte,
atualmente um conjunto composto por três minas (N4W, N4E e N5), vai esgotar
todo o minério de ferro economicamente viável em 2034. A informação foi
divulgada pela mineradora Vale por meio de seu “Relatório Anual 2015” entregue
ao mercado financeiro na última quinta-feira, dia 31, nos Estados Unidos. É a
mais recente produção textual da empresa e a mais aguardada pelos investidores,
que agora conhecem, com visão atualizada, todas as operações da mineradora no
Brasil e no exterior.
atualmente um conjunto composto por três minas (N4W, N4E e N5), vai esgotar
todo o minério de ferro economicamente viável em 2034. A informação foi
divulgada pela mineradora Vale por meio de seu “Relatório Anual 2015” entregue
ao mercado financeiro na última quinta-feira, dia 31, nos Estados Unidos. É a
mais recente produção textual da empresa e a mais aguardada pelos investidores,
que agora conhecem, com visão atualizada, todas as operações da mineradora no
Brasil e no exterior.
A notícia, que nem mesmo a própria Vale se atreve a divulgar
por aqui, por questões estratégicas e para não causar alvoroço nas comunidades
onde atua, soa como uma bomba para Parauapebas, município no qual fica a porção
de Carajás correspondente à Serra Norte. No vizinho Curionópolis, onde fica a
porção de Carajás correspondente à Serra Leste, a Vale diz que haverá minério
até 2066, mantido o ritmo atual de produção, de 2 milhões de toneladas por ano
(Mtpa), como se deu em 2015.
por aqui, por questões estratégicas e para não causar alvoroço nas comunidades
onde atua, soa como uma bomba para Parauapebas, município no qual fica a porção
de Carajás correspondente à Serra Norte. No vizinho Curionópolis, onde fica a
porção de Carajás correspondente à Serra Leste, a Vale diz que haverá minério
até 2066, mantido o ritmo atual de produção, de 2 milhões de toneladas por ano
(Mtpa), como se deu em 2015.
Já em Canaã dos Carajás, dono da maior fatia de minério de
ferro medida, provada e provável, correspondente à Serra Sul, a exaustão é
prevista para 2065, desde que o projeto S11D entre em operação ainda este ano e
produza 90 Mtpa, conforme anseios da empresa. Isso, também, considerando-se
apenas a exploração dos blocos C e D, do corpo mineral S11. Esse corpo, aliás,
aglutina ainda blocos A e B, em relação aos quais a Vale não tem planos
imediatos.
ferro medida, provada e provável, correspondente à Serra Sul, a exaustão é
prevista para 2065, desde que o projeto S11D entre em operação ainda este ano e
produza 90 Mtpa, conforme anseios da empresa. Isso, também, considerando-se
apenas a exploração dos blocos C e D, do corpo mineral S11. Esse corpo, aliás,
aglutina ainda blocos A e B, em relação aos quais a Vale não tem planos
imediatos.
A multinacional estimou, inicialmente, haver 18 bilhões de
toneladas de minério na província de Carajás, a qual se estende por diversos
municípios da região, sendo 6 bilhões na Serra Norte e outros 10 bilhões na
Serra Sul, além de 2 bilhões de minério de ferro espalhados na Serra Leste e na
Serra São Félix, estas duas fora dos domínios da Floresta Nacional de Carajás.
As jazidas mineralizadas tiveram sua fase de pesquisa geológica encerradas em
1972, de acordo com a multinacional.
toneladas de minério na província de Carajás, a qual se estende por diversos
municípios da região, sendo 6 bilhões na Serra Norte e outros 10 bilhões na
Serra Sul, além de 2 bilhões de minério de ferro espalhados na Serra Leste e na
Serra São Félix, estas duas fora dos domínios da Floresta Nacional de Carajás.
As jazidas mineralizadas tiveram sua fase de pesquisa geológica encerradas em
1972, de acordo com a multinacional.
Evidentemente, nem todo esse minério é
técnica, logística e economicamente viável à exploração. Funciona mais ou menos assim: o último que sair apague a
luz. Quando a empresa lavrar a última “carrada” de minério daqui 18 anos e for
embora, deixará um rastro de desemprego sem precedentes. A projeção
populacional para a metade da década de 30 deste século visualiza 360 mil
habitantes no município de Parauapebas, sendo 350 mil deles na área urbana – um
incremento de praticamente 85% à atual população.
técnica, logística e economicamente viável à exploração. Funciona mais ou menos assim: o último que sair apague a
luz. Quando a empresa lavrar a última “carrada” de minério daqui 18 anos e for
embora, deixará um rastro de desemprego sem precedentes. A projeção
populacional para a metade da década de 30 deste século visualiza 360 mil
habitantes no município de Parauapebas, sendo 350 mil deles na área urbana – um
incremento de praticamente 85% à atual população.
Hoje, a mineração realizada pela Vale emprega, com carteira
assinada, cerca de 11 mil trabalhadores por aqui, os quais estarão
desempregados com a conclusão das operações em Serra 6Norte. Atualmente, de
cada dois trabalhadores na indústria extrativa mineral paraense, um está em
Parauapebas. Por outro lado, o número de desempregados vai crescer assustadoramente,
e a Vale nada poderá fazer. Ela mesma tem um estudo na gaveta que aponta para a
crise que se instalará na economia e nas finanças locais depois que partir. A
dependência de Parauapebas à atividade mineral, no fundo, preocupa até a
empresa, mas não da forma como preocupará a sociedade.
assinada, cerca de 11 mil trabalhadores por aqui, os quais estarão
desempregados com a conclusão das operações em Serra 6Norte. Atualmente, de
cada dois trabalhadores na indústria extrativa mineral paraense, um está em
Parauapebas. Por outro lado, o número de desempregados vai crescer assustadoramente,
e a Vale nada poderá fazer. Ela mesma tem um estudo na gaveta que aponta para a
crise que se instalará na economia e nas finanças locais depois que partir. A
dependência de Parauapebas à atividade mineral, no fundo, preocupa até a
empresa, mas não da forma como preocupará a sociedade.
Hoje, há 13 mil pessoas desempregadas com mais de 18 anos, o
equivalente a uma cidade inteira do tamanho de Curionópolis com cidadãos de
cara para cima. Entre os adolescentes e jovens, na faixa de 15 a 17 anos, que
em 2034 serão adultos em idade economicamente ativa, a taxa de ócio chega a
75,67%. Apenas de 2015 para 2016, Parauapebas ganhou de presente 6.500
desempregados, um incremento de 100% sobre o que já tinha até o final de 2014.
equivalente a uma cidade inteira do tamanho de Curionópolis com cidadãos de
cara para cima. Entre os adolescentes e jovens, na faixa de 15 a 17 anos, que
em 2034 serão adultos em idade economicamente ativa, a taxa de ócio chega a
75,67%. Apenas de 2015 para 2016, Parauapebas ganhou de presente 6.500
desempregados, um incremento de 100% sobre o que já tinha até o final de 2014.
Em 2013, ano em que o município começou com o maior exército
de trabalhadores com carteira assinada de sua história, eram 49.800 – ou seja,
eram mais pais de família no batente em Parauapebas que a população inteira de
4.912 municípios brasileiros. Agora, são 41.300 trabalhadores, o que mostra,
lamentavelmente, que a força de trabalho está encolhendo, e as razões podem ser
diversas, inclusive a impensável – até pouco tempo atrás – hipótese de
diminuição da população local, que está indo embora atrás de oportunidades
noutros lugares porque aqui se esgotaram.
de trabalhadores com carteira assinada de sua história, eram 49.800 – ou seja,
eram mais pais de família no batente em Parauapebas que a população inteira de
4.912 municípios brasileiros. Agora, são 41.300 trabalhadores, o que mostra,
lamentavelmente, que a força de trabalho está encolhendo, e as razões podem ser
diversas, inclusive a impensável – até pouco tempo atrás – hipótese de
diminuição da população local, que está indo embora atrás de oportunidades
noutros lugares porque aqui se esgotaram.
Enquanto o desemprego avança a passos largos em 2016, a Vale
simplesmente não tem linha de investimento para cá, apenas perspectiva de
aumentar sua produção – e, por conseguinte, acelerar a exaustão das minas, cuja
vida útil pode cair a 2030 com o aumento da lavra. Por aqui, a impressão é a de
que se acabou o que era doce, pelo menos em termos de novos projetos ou
investimentos com abertura de novas cavas.
simplesmente não tem linha de investimento para cá, apenas perspectiva de
aumentar sua produção – e, por conseguinte, acelerar a exaustão das minas, cuja
vida útil pode cair a 2030 com o aumento da lavra. Por aqui, a impressão é a de
que se acabou o que era doce, pelo menos em termos de novos projetos ou
investimentos com abertura de novas cavas.
Fonte: Portal Pebinha de Açúcar (Com adaptações)