De vento em popa o jornal Diário do Pará anunciou a mais nova pesquisa Ibope ao governo do Estado do Pará. A pesquisa foi contratada pela Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará), sendo realizada entre os dias 3 e 9 de fevereiro. Entrevistou 812 pessoas, apresentando a elas diversos cenários.
As entrevistas foram registradas no Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará sob o protocolo Nº PA-07845/2018 e no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo Nº BR-01042/2018. A margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O nível de confiança utilizado é de 95%.
O Ibope no caso da disputa pelo Palácio dos Despachos apresentou três cenários. Apesar do governador Simão Jatene ter deixado claro, público, a sua decisão de indicar o presidente da Alepa, Márcio Miranda para lhe suceder no Executivo paraense, mesmo assim, outros nomes do PSDB foram apresentados aos entrevistados: os prefeitos Zenaldo Coutinho e Manoel Pioneiro, de Belém e Ananindeua, respectivamente. Dentro da base de Jatene, a pesquisa ainda apresentou os nomes de Márcio Miranda e Sidney Rosa.
Conforme anunciado de forma retumbante pelo referido jornal, o ministro Helder Barbalho lidera nos cenários apresentados. Em todos eles o herdeiro político de Jader, atinge 36% das intenções de voto. Nos três cenários a segunda posição se mantém igual: o petista Paulo Rocha aparece com 14% / 15% e 17%.
Com a inclusão dos nomes dos tucanos Zenaldo e Pioneiro, ambos se mantêm em terceiros lugares. O prefeito de Belém aparece com 9% e o de Ananindeua chega a 8% (cenários 1 e 2). No terceiro cenário, sem tucanos, a terceira posição passa a ser ocupada pela jornalista Úrsula Vidal (8%). O referido cenário e único entre os três que apresentou o nome de Márcio Miranda, que atingiu 6% das intenções de voto.
O ex-prefeito de Paragominas, Sidney Rosa (PSB) que compõe a base governista foi outro nome apresentado na pesquisa. O referido deixa claro publicamente a cada dia buscar se descolar da imagem da gestão Jatene. Recentemente o deputado teceu diversas críticas ao governo do Pará. Apresenta-se como uma via alternativa. Seu nome foi posto nos três cenários. Nos dois primeiros ostenta 4% e no último chega a 5%.
Rejeição
Um dos pontos principais e que é considerado por muitos como um termômetro, o índice de rejeição também foi testado. O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho lidera com 37%. Levando em consideração que o referido nome do alcaide da capital não deverá constar na urna eletrônica, o nome de quem pode ser verdadeiramente candidato, no quesito rejeição, é liderado pelo Ministro da Integração, Helder Barbalho com 27%, a mesma margem do petista Paulo Rocha. Pioneiro vem em seguida com 25%. O que tem o nome menos rejeitado é Márcio Miranda, com 19%. Inversamente proporcional ao índice de rejeição, está a margem de crescimento, portanto, o presidente da Alepa, ainda têm grandes possibilidades de avançar nas próximas pesquisas.
Senado
Apesar de Jader Barbalho tendenciar a possibilidade de não concorrer à reeleição ao Senado Federal, com estratégia clara de ajudar politicamente o seu filho na disputa ao governo do Pará, pois, abriria uma vaga para negociar na composição de apoio e coligações futuras. Jader pode concorrer a uma das 17 vagas do Pará na Câmara dos Deputados. Na pesquisa Ibope ele aparece na liderança com 30% das intenções de voto. O segundo lugar é ocupado por Simão Jatene, com 27%. Foram citados também o candidato Mário Couto (PP), com 16% das intenções, Zé Geraldo, com 15%, Úrsula Vidal, com 12% dos possíveis votos, e Márcio Mirando (DEM), com 10%.
No cruzamento dos dados do pré-candidato Márcio Miranda na pesquisa, percebe-se que ele possui quase o dobro das intenções de voto ao Senado do que ao governo (10% e 6% respectivamente). Lembrando que serão duas vagas em disputa ao Senado, com a renovação de 2/3 das cadeiras na eleição de 2018. Portanto, Miranda teria mais chances a Câmara Alta do que ao Palácio dos Despachos.
A mais nova pesquisa ao governo do Pará apresenta um crescimento de Helder Barbalho com considerável folga em relação aos demais adversários. O ministro passa da barreira dos 35%, mas ainda se mantém distante da margem de segurança mínima que é medida na casa dos 40% das intenções de votos.
Já Márcio Miranda com 6% terá ainda um longo caminho a percorrer para se apresentar ao eleitor, firmar a sua imagem, sobretudo, nas regiões sul, sudeste e oeste do Pará. O mago do marketing do Pará, Orly Bezerra terá muito trabalho para levar a imagem do presidente da Alepa aos quatro cantos do Pará. Mas como apresenta a menor taxa de rejeição, tem promissora margem de crescimento.
Depois de ligar a luz vermelha, a pesquisa Ibope acalma os ânimos dos Barbalho e mantém Helder em posição confortável, pelo menos, a priori. Em campanha desde 2015 (sem considerar o período anterior – campanha passada ao governo do Pará – à sua posse como ministro de diversas pastas), desde 2016 com poderoso orçamento, seus números ainda estão aquém do que realmente deveriam se apresentar. Sua rejeição não diminuiu, e esse será o seu maior desafio.
Pelo perfil político de Jatene, a pesquisa Ibope só reforça que o seu projeto pessoal (quase sempre se sobrepondo ao coletivo ou aos direcionamentos partidários) está no caminho certo. Assim como Helenilson caiu no conto da carochinha em 2014, em 2018, parece ter sido a vez de Márcio Miranda. Esse assunto será aprofundado no próximo post.