O Ministério Público Eleitoral (MPE) escancarou o que parte da população já suspeitava: a eleição em Placas, no oeste do Pará, pode ter sido decidida não pelo voto consciente, mas por churrascadas, cestas básicas e propaganda institucional bancada com dinheiro público. Em parecer firme, o MPE defendeu a manutenção da sentença que cassou os mandatos do prefeito Arthur Possimoser do Socorro e do vice Leonir Hermes, além da inelegibilidade da ex-prefeita Leila Raquel Possimoser, tia do atual gestor.
A denúncia é grave: uso descarado da máquina pública para alimentar um projeto familiar de poder. A coligação “Placas para Placas” denunciou e a Justiça Eleitoral da 68ª Zona de Rurópolis concordou. Entre as acusações: eventos patrocinados com recursos da prefeitura, distribuição de benefícios do programa “Bora Pra Frente” como trampolim eleitoral e um crescimento abrupto nos gastos com publicidade oficial — tudo com o objetivo de promover o então secretário de administração, Arthur Possimoser.
A promotoria ainda destacou a utilização de um slogan institucional da gestão municipal, “Pra Frente Placas”, reciclado na campanha, numa clara tentativa de confundir a população e colar a imagem do candidato ao programa social financiado com recursos do povo.
Para o MPE, não restam dúvidas: houve abuso de poder político e econômico. Um verdadeiro tapa na cara da democracia.
Enquanto a defesa insiste na legalidade das ações e na ausência de intenção eleitoral, a população assiste, mais uma vez, à revelação de como alguns políticos tratam o voto como moeda de troca. O caso agora está nas mãos do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), que decidirá se confirma ou não a cassação.
Por Blog do Renan Rodrigues
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