O isolamento político de Zenaldo

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Na edição do último sábado (11) do Diário do Pará, a manchete foi: o prefeito sumiu!. Em matéria de uma página inteira, o jornal apresentou o caos que Belém viveu na última sexta-feira (10), após horas de chuva, a cidade parou. Nas referidas datas eu estava na capital paraense, e presencie in locu (e da pior forma, preso em um trânsito que não andava). Mas essa questão não será abordada neste texto, haja vista, a sua obviedade. 

A questão central é política. A manchete do Diário do Pará vai além da constatação dos problemas históricos de infraestrutura de Belém. O citado veículo é um dos principais instrumentos de mídia (é o jornal mais lido do Pará) e serve – como não poderia ser diferente, a exemplos de vários pelo país – para interesses políticos.

Como já dito em outros artigos, o MDB está mirando a Prefeitura de Belém, que tornou-se um dos maiores objetivos do governador Helder Barbalho. O PSDB e aliados governam o Palácio Antônio Lemos, desde 2005 (duas gestões de Duciomar Costa e mais duas – que findará ano que vem – de Zenaldo Coutinho). Nas duas últimas eleições, a disputa ficou entre o PSDB e o Psol que aglutinou o campo mais à Esquerda, em torno de Edmilson Rodrigues. Nas duas, os tucanos levaram a melhor. O MDB aparecia como uma terceira força, mas sem apresentar reais possibilidades de vitória no campo municipal da capital paraense,

Agora o cenário é diferente, e por vários fatores: primeiro está relacionado ao alto nível de rejeição que o prefeito Zenaldo ostenta. É considerado o pior gestor que passou pelo Palácio Antônio Lemos nas últimas décadas. O segundo ponto está associado ao MDB, hoje, o partido mais poderoso do Pará. Possui o maior número de prefeituras (42) e detém a máquina estadual. Como dito em outro artigo, deverá aumentar consideravelmente a sua musculatura eleitoral nas disputas municipais. Os maiores colégios eleitorais do Pará estão na mira do governador, pois esse cenário municipal de supremacia medebista poderá tornar muito mais fácil para a reeleição de Helder, em 2022.

O isolamento político de Zenaldo

No início de 2018, este Blog tratou da questão política do atual prefeito de Belém. Sob o título: ” O fim político de Zenaldo”, sem exagero, já havia ali uma análise sobre o que poderia acontecer futuramente com Coutinho na esfera política. No referido período citado, Simão Jatene já havia escolhido para a sua sucessão o então presidente da Alepa, Márcio Miranda. Nem Zenaldo Coutinho, nem Manoel Pioneiro tiveram oportunidades. Seus respectivos altos índices de rejeição fizeram Jatene buscar um nome fora do ninho tucano. Esse exemplo por si só, já seria um alerta ao mandatário municipal da capital.

Zenaldo deixou a comodidade de Brasília e cinco mandatos de deputado federal, e teria tranquilamente outros futuros na capital federal, para ser candidato a prefeito de Belém. A estratégia era clara: fazer um bom primeiro mandato, conquistar a reeleição e depois suceder Simão Jatene no governo do Estado. Porém, ninguém poderia imaginar péssimo nível de gestão que Coutinho iria promover na PMB. Voltando à sequência analítica do atual prefeito de Belém, um ano depois, em janeiro de 2019, o blog tratou da questão novamente, agora sob o título: “Zenaldo Coutinho na mira”, em que foi tratado do isolamento político do prefeito, além dele ser o alvo principal do MDB e sua estrutura midialística, como neste caso, o Diário do Pará.

Sob nova direção, o PSDB tentar se recuperar politicamente da perda da máquina estadual, depois de tê-la controlado por duas décadas, 16 anos de forma ininterruptos. Hoje, desponta como a principal estrela dos tucanos o deputado federal Celso Sabino, nome que está sendo monitorado de perto por Helder. 

 

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