Vale e a sobrevida econômica da Serra Norte

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Como se sabe, além de ser confirmado através de relatórios, a vida útil das minas da Serra dos Carajás, em sua parte Norte está caminhando para o fim. Os corpos N4E, N4W e N5 ainda terão 16 anos (2036 – tendo como base o volume atual de exploração) e, após isso, restará a mineradora encerrar as suas atividades em escala global, ou abrir novas frentes de exploração. Em sua porção Norte, a Vale conta com quase uma dezena de “Ns”, que vai do número um ao nove. A questão é que diversos desses corpos estão entrelaçados à questões ambientais. 

Como anunciado pelo Blog do Zé Dudu, a mineradora Vale já no primeiro dia útil do ano corrente, solicitou junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a licença prévia para implantar projetos minerais N1 e N2, na Serra Norte. A questão é que o volume a ser explorado no restante (fora dos atuais corpos em operação e consequente exaustão) não chega nem próximo do que já se retirou, portanto, teria curto tempo de utilização.

Como já dito aqui, a tragédia de Brumadinho, iria impor a Carajás um aumento substancial no volume de produção, medida para compensar a redução em solo mineiro. Em 2019, só do subsolo de Parauapebas foram retirados 105 milhões de toneladas de minério de ferro, por isso, a pressão em abrir novos corpos de exploração, o que, como já dito, só iria expandir em poucos anos (menos de uma década) o tempo de vida útil das minas na serra Norte. O Blog já levantou a questão sobre o futuro da Serra Norte, pois ela opera próximo de seu esgotamento, e a supremacia da serra em sua parte Sul, que abriga o maior projeto mineral do mundo: S11D, no município de Canaã dos Carajás.

Tal medida de solicitação da licença prévia (etapa inicial), por parte da mineradora Vale, é comemorado por alguns e lamentado por outros. Como dito antes por este Blog, o futuro da serra Norte é incerto e tenebroso. Parauapebas que se prepare.

O futuro – também com prazo de validade cada vez menor – está ao sul de Parauapebas. Por aqui, a contagem regressiva continua, com mais ou menos corpos a explorar, o que no atual nível de produção (cada vez maior) faz quase imperceptível diferença. 

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