Depois de algumas semanas de certo esquecimento do prefeito Valmir Mariano (PSD), o alcaide municipal voltou a ser notícia. Hoje (7) diversos sites e blogs regionais vincularam notícia que chefe do Executivo parauapebense estaria em breve desembarcando na capital paraense.
O site “Carajás Web” foi o primeiro a noticiar tal especulação. Ela faz sentido. Inegavelmente o grupo político oposicionista aos tucanos, liderado por Helder Barbalho avança nos principais municípios paraenses. O herdeiro político de Jáder foi um dos maiores vencedores da última eleição municipal. Jatene conseguiu vencer em Marabá (município em que o governador é “persona no grata”) com Tião Miranda que deixará o parlamento estadual para assumir nas próximas semanas uma prefeitura falida.
Em contrapartida, Simão, perdeu o controle político em Parauapebas. Helder apoiou Darci Lermen que retornará ao Palácio do Morro dos Ventos e controlará um dos maiores orçamentos públicos do norte do Brasil. Não há como negar que a “capital do minério” é estratégica. Deverá ser decisiva para eleger o novo governador, em 2018.
Nesta lógica, o boato tem fundamento. A ida de Valmir ao 1º escalão do governo estadual seria uma forma de manter a oposição ao governo eleito, viva. Valmir estaria sendo um instrumento político do governo estadual em uma região que foi tomada pelo grupo político adversário. Jatene sabe disso e quer frear o avanço peemedebista em Carajás.
Valmir Mariano sairia do marasmo e adiaria a sua “morte política”. Teria a oportunidade de, quem sabe, ser candidato ao parlamento estadual ou federal, em 2018. Ou encerrar de vez a sua breve trajetória política após essa estada em Belém.
A possível ida do ainda prefeito de Parauapebas ao 1º escalão do Palácio dos Despachos não seria por competência gerencial ou por ser um eximo articulador político. Ambas habilidades o mandatário parauapebense demonstrou não lhe serem próximas. Seria – pelo menos – um ponto de referência a contenção do avanço de Helder na cordilheira de ferro.
Carajás é estratégico. Sua pujança econômica é responsável por grande parte da manutenção do próprio Estado (que na prática a renega) e será fundamental nas eleições de 2018 ao governo do Pará. Por essas bandas, Jatene já perdeu em 2014 e sabe que possivelmente seu sucessor perderá. O que o governador quer é frear o avanço dos Barbalhos e diminuir o impacto negativo nas urnas.
Com Valmir Mariano secretário ou não, na prática nada mudará em Carajás. As assimetrias regionais paraenses não são combatidas, pelo contrário, são estimuladas. Belém cada vez mais longe do resto do Pará. Carajás assiste a disputa entre dois grupos políticos sem ter a esperança – pelo menos a curto prazo – de ser reconhecido como região paraense.