O PT do Pará, mais especificamente, o diretório municipal de Belém, vive um imbróglio: seguir no projeto político de reeleição de Edmilson Rodrigues (PSOL) ou desembarcar da nau petista e apoiar o nome indicado pelo governador Helder Barbalho (MDB).
No plano estadual, o PT, atualmente controlado pela Articulação Socialista (AS) de Beto Faro, segue à risca os direcionamentos do mandatário estadual. Os mais críticos afirmam que o citado partido tornou-se um “puxadinho” dos Barbalho, isso em troca da eleição de Faro ao Senado Federal.
De todo modo, depois da gestão de Ana Júlia (2007-2010) o partido foi um desastre eleitoral na capital paraense. Quando se lançou na disputa pelo Palácio Antônio Lemos, o resultado chegou a ser vergonhoso. Na atual conjuntura, o PT não tem a mínima condição de se lançar em voo solo à Prefeitura de Belém.
Ou segue com Edmilson, uma aposta de alto risco eleitoral ou desembarca do projeto do PSOL, considerado um fracasso, e segue no apoio a um nome a ser lançado por Helder.
Neste contexto, Beto Faro quer desembarcar da gestão de Edmilson, entregando as secretarias de Economia e Saneamento que sua tendência ainda mantém na estrutura municipal. Por outro lado, ex-senador Paulo Rocha, atualmente à frente da Sudam, que tenta manter o partido no apoio à reeleição de Edmilson.
Neste enredo, há uma certa rivalidade entre os dois petistas citados. Rocha e seu grupo não aceitaram a manobra de Faro para tirá-lo da reeleição à Câmara Alta. O que se fala internamente é que Beto se tornou um ditador e que “vendeu” o partido a Helder.
O embate entre os dois atinge mais um capítulo. Independente de quem vença, o PT no Pará continuará a ser coadjuvante.
Imagem: Waldemir Barreto/Agência Senado.