No próximo dia 02, ou seja, neste domingo, o Brasil realizará eleição para definir seus representantes pelos próximos quatro anos na esfera municipal, nos 5568 municípios do território nacional. Em Parauapebas, por exemplo, há cinco candidaturas ao paço municipal. Três delas com chances de vitória: Darci Lermen (PMDB), Valmir Mariano (PSD) e Marcelo Catalão (DEM). Respectivamente representam: o passado que quer voltar e fazer diferente; o presente pensando no futuro e o novo que irá promover uma gestão diferente das anteriores. É neste enredo que que fará girar a política de Parauapebas até o dia da eleição.
Darci se apresenta como a “oportunidade”. Afirma reunir a capacidade de fazer ou trazer de volta a cidade a fase áurea, de pujança econômica, de pleno emprego. O ex-prefeito só não deixa claro em seu horário eleitoral e em seus comícios que o referido período estava relacionado a um outro contexto econômico internacional, altamente favorável ao município e aos cofres públicos. A mola propulsora do desenvolvimento parauapebense, o minério de ferro, cotado três vezes mais do que nos dias atuais. Por isso as suas duas gestões “surfaram” na onda da prosperidade que se acumulou na cordilheira de ferro, aos arredores de Parauapebas. A capacidade de reunir recursos era muito maior do que nos dias atuais. Em oito anos, obras foram realizadas, mas nenhuma delas seguiu a direção do combate à dependência mineral.
Valmir, assim como Darci, nada fez em relação à redução da dependência mineral. Em quase quatro anos de gestão produziu diversas obras de infraestrutura pela cidade, mas não teve competência em diminuir a crise econômica que se abateu em nosso município. Pelo contrário, por diversas ações, pode ter contribuído para o seu aumento. Além disso, há claro risco de falta de recursos, com orçamento em ladeira abaixo, a equipe de Valmir terá que ter muita habilidade para fechar as contas. Se o atual prefeito conseguir a reeleição, conseguirá mudar a lógica de quem governa pela segunda vez? Historicamente a reeleição no Brasil se tornou atraso. Os números falam por si. Exemplo podemos citar o próprio Darci, como já abordei a questão em outro artigo.
Pela terceira via, aparece Marcelo Catalão (DEM) se apresentando como o “novo”, ou seja, promete ser o diferente, produzir política pública que não promova erros e atrasos de seus adversários. Será? Seu plano de governo é o melhor no meu entendimento e já afirmei isso publicamente. Mas entre a teoria e a prática há um universo inteiro, ainda mais se tratando da política brasileira. Será que, de fato, Catalão, conseguirá quebrar esse ciclo penoso em nossa cidade entre as pretensões e as realizações? A dúvida fica no ar.
Pelo visto, em meio à crise econômica, Parauapebas e seus eleitores estão entre três caminhos, pelo menos, na teoria, diferentes, mas que não empolgam ou não criam esperanças, cenário positivo aos habitantes parauapebenses. Como afirmo em minhas conversas, quem vencer no próximo domingo, terá a responsabilidade em fazer diferente, inclusive quem poderá permanecer. Darci e Valmir afirmam que em um outro mandato, irão promover em suas possíveis novas gestões, novas ações, reconhecendo erros do passado e atual.
No debate central está a questão da dependência mineral. Como, quais propostas ou qual medida para diversificar a matriz econômica de Parauapebas, para além de uma retórica casual ou eleitoral? Ou a problemática irá a exemplo de outras disputas eleitorais, sair da pauta municipal, logo após o fim do processo de disputa nas urnas?
No próximo dia 02, Parauapebas irá conhecer o novo mandatário municipal ou a continuação do projeto atual. Que o vencedor possa ter a capacidade de mudar os rumos que o referido município caminha, e não são nada animadores, pois se estrutura na junção de um cenário econômico desfavorável, aliado a decisões políticas erradas ou, pelo menos, incapazes de promover desenvolvimento. Parauapebas não pode mais esperar.