Rafael Ribeiro é eleito presidente da CMP

Depois de uma sessão ordinária encerrada por conta de forças “ocultas”, quem sabe até “sobrenaturais”, que de forma misteriosa cortou o fornecimento de energia elétrica na sede da Câmara de Vereadores de Parauapebas na manhã desta quarta-feira, 16, obrigando o presidente Ivanaldo Braz (PDT) cancelar a sessão e marcar uma outra, essa extraordinária para essa tarde, que teve início às 15:00h. No início, a expectativa tomava conta do plenário maior do Poder Legislativo parauapebense, pois ainda não se tinha uma definição de quem seria o presidente para o próximo biênio (2023-2024).

Como dito mais cedo, três nomes se lançaram, com dois disputando de fato: Rafael Ribeiro (MDB) e Eleomárcio Lima (Pros). O líder do governo, Zacarias Marques (PP), estava ali por conta dos seus próprios interesses, compondo parte do acordo para que a Presidência ficasse com o Pros. Todavia, com o placar empatado, havia um voto que estava indefinido, o de Aurélio Goiano (PSD), logo o primeiro a votar. O citado declarou o seu voto em Ribeiro, o que fez na sequência o candidato do Pros retirar a sua candidatura, justificando tal ato para que se pudesse manter a “harmonia” dentro daquele parlamento. Em tese é, sem dúvida, uma atitude nobre. Porém, na prática, era o reconhecimento de forma antecipada da derrota que viria na sequência.

Rafael Ribeiro obteve 14 votos. A única exceção foi do vereador Zacarias que votou nele mesmo, pois a sua candidatura ainda estava válida. Com a Presidência da Casa de Leis definida, a sequência, seguindo o regimento, passaria a ser votos os outros cargos para a composição da Mesa Diretora (vice-presidente, 1º e 2º secretários).

A disputa que, de fato, foi acirrada ocorreu pela Vice-presidência. O vereador Elvis Silva, o “Zé do Bode”, do MDB, obteve oito votos, enquanto o seu colega de parlamento, Elias da Construforte (PSB) somou sete votos. Para seguir o cumprimento de acordos firmados nos bastidores, a vereadora Eliene Soares e o vereador Israel Barros, o “Miquinha”, retiraram suas candidaturas para 1º e 2º secretário, respectivamente, elegendo automaticamente Francisco Eloecio (Republicanos) e Josivaldo da Farmácia (PP).

Presidente Eleito

Rafael Ribeiro nasceu em 26 de novembro de 1993, em Parauapebas, onde cresceu no Bairro da Paz. De origem humilde, ainda criança começou a trabalhar como vendedor de jornais, geladinho e auxiliar de sapateiro, ajudando na manutenção de casa e da família.

Em 26 de setembro de 2017, aos 23 anos de idade, Rafael Ribeiro, como suplente, assumiu uma vaga na Câmara Municipal, realizando um sonho de infância e tornando-se o primeiro vereador nascido e criado em Parauapebas e o mais jovem parlamentar de toda a história do município, exercendo por um ano e dez meses. Em 2020, se elegeu vereador com 2.223  votos, o sexto mais votado da cidade e o terceiro do MDB. Agora, torna-se o primeiro presidente da CMP nascido na capital do minério.

MDB saiu fortalecido… Nem tanto. Governo precisa reorganizar sua composição de apoio

Uma eleição com esse nível de polarização mostra que a harmonia entre os Poderes Executivo e Legislativo voltará aos poucos. O MDB, partido do prefeito Darci Lermen ganhou a Presidência e Vice-presidência da Câmara de Vereadores, todavia, Zé do Bode apoiou candidato de outra legenda. Não cumpriu a determinação do partido e do governo.

Outro que passou à margem das determinações da gestão municipal foi o próprio líder de governo, Zacarias Marques, que lançou a própria candidatura que era, na verdade, para tirar votos de Rafael Ribeiro, permitindo a vitória do candidato do Pros. Em qual lugar, quem tem a função de ser governo em um parlamento, faria isso?

Como dito em outro artigo, a vitória de Rafael Ribeiro tem uma importância muito maior do que o senso comum pode imaginar. Em meio a uma tempestade jurídica, que inclui o afastamento do prefeito Darci Lermen, com a cassação da chapa eleitoral que venceu as eleições de 2020 sendo uma possibilidade real, o terceiro maior orçamento público municipal da região Norte não poderia ficar fora do grupo político mais fechado do atual mandatário parauapebense.

Imagem: Felipe Borges. 

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