Rapidinhas do Branco. XX

A coluna sobre os bastidores políticos desta semana será quase que, exclusivamente, voltada à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), após as eleições gerais do último dia 02. Muita lamentação, reclamação e alegria entre os parlamentares da citada Casa Legislativa. De bônus, ainda tem nota sobre um prefeito azarado e a ressonância da disputa ao Senado Federal. Quer ficar por dentro? Então vem!

Menos médicos

A sessão do último dia 04, foi de muita lamentação entre os deputados estaduais, em especial, os que não conseguiram se reeleger. Dr. Jaques, do União Brasil, foi um deles. Subiu à tribuna para externar a sua decepção em não continuar na Casa e chamou a atenção para a diminuição da bancada dos médicos que antes era composta por sete parlamentares e agora passará a ter apenas dois assentos.

Belém para Brasília I

Entre os parlamentares que registraram presença na última sessão, Renilce Nicodemos, do MDB, eleita deputada federal, era uma das mais alegres. Não é para menos. Foi a terceira mais votada de seu partido, com pouco mais de 162 mil votos. Na tribuna, agradeceu diversos prefeitos e parabenizou o governador reeleito mais votado do Brasil, Helder Barbalho.

Belém para Brasília II

Outro parlamentar que estava radiante nas dependências da Alepa na última sessão era o deputado estadual que se elegeu federal, Caveira, do PL. Agradeceu pelos seus 106 mil votos e disse que poucos acreditavam que ele conseguiria se eleger para compor à bancada federal paraense. Pediu votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) neste segundo turno.

Soltou os “cachorros”

Um dos deputados mais exaltados no citado expediente era Eraldo Pimenta, reeleito pelo MDB. Além de agradecer pelos votos que o mantiveram no parlamento estadual, o ex-prefeito de Uruará criticou fortemente o senador Zequinha Marinho, PL, que concorreu ao governo do Pará, afirmando que o referido nunca fez nada pela região, além de ter ficado com verbas repassadas dos fundos eleitoral e partidário. Marinho ainda foi acusado por ele de ser um traidor e exemplos não faltam; foi bastante incisivo em reclamar da onda bolsonarista na Transamazônica.

Culpa dos quocientes eleitoral e partidário

Inegavelmente, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), comandado no Pará por Cássio Andrade que, aliás, não se reelegeu, prejudicado pelos quocientes eleitoral e partidário. Em sua fala na tribuna, o deputado do partido reeleito (no sufoco) Fábio Figueiras, reclamou da legislação eleitoral que tirou da legenda uma cadeira no parlamento federal. Afirmou que o PSB tentou formar federação, mas não conseguiu. Quase perdeu a sua vaga para o seu colega de partido, Gleisson, vereador em Belém, que obteve dois mil votos a menos. Por outro lado, foi justamente o edil da capital que, por sua margem de votos, ajudou a eleger Figueiras.

Demissão no gabinete 

Outro parlamentar que não se reelegeu foi Orlando Lobato, do PSD, que fez duas cadeiras nessas eleições. O ainda deputado obteve quase 33 mil votos, margem que não foi suficiente para mantê-lo na Alepa. Fontes contaram à coluna que Lobato já desligou diversos assessores de seu gabinete. Dizem que ele está desolado, pois dava como certa a sua reeleição.

Tristeza pela derrota

Outros dois que não estarão na Alepa na próxima legislatura serão Júnior Hage (PP) e Professora Nilse (PDT), que ficou em terceiro lugar em seu partido. Ambos demonstraram tristezas por suas derrotas, mas afirmaram que continuarão levantando suas bandeiras. Dizem que Hage “cavou a sua própria cova eleitoral” por erros políticos do próprio. Hage chegou até a passar mal com o resultado.

Eleito no sufoco

Outro deputado que quase não se reelegeu foi Toni Cunha, do PSC, que obteve pouco mais de 33 mil votos. O parlamentar não constava nas bolsas de apostas e nem em algumas pesquisas como reeleito. Com uma votação bem superior em 2018, o delegado da Polícia Federal ficou desta vez em último lugar entre os quatros deputados eleitos de naturalidade marabaense.

Prefeito azarado

Um dos maiores derrotados desta eleição é, sem dúvida, o prefeito de Itaituba, Valmir Climaco, do MDB. Todos os candidatos apoiados pelo mandatário da terra do ouro, perderam. Conhecedores da política local afirmaram ao colunista que tal desempenho ruim de Climaco é uma resposta da população itaitubense ao prefeito, que vem acumulando diversas polêmicas e esbanjando ostentação em meio a um cenário econômico difícil.

Suplente na expectativa

O que se fala nos bastidores é que o deputado estadual reeleito, Iran Lima, do MDB, o segundo mais votado, poderá no próximo ano se licenciar do cargo e assumir uma secretaria estadual, algo que, inclusive já ocorreu. Se isso acontecer – que há uma grande chance – o primeiro suplente do MDB, Jeová Andrade, ex-prefeito de Canaã dos Carajás, assume a vaga. A ver.

Pressão Alta

Eliel Faustino (UB) não conseguiu se reeleger, o que lhe fez passar mal e ter ficado em observação em um hospital particular da capital paraense. A sua candidatura estava em risco. A sua base eleitoral em Ananindeua foi tomada por outras fortes candidaturas. Faustino não estava, digamos, compondo a “República de Ananindeua”, liderada por Daniel Santos, prefeito do município.

Contou vitória antes da hora

A coluna soube que Mário Couto, candidato ao Senado pelo PL, no sábado à noite, horas antes da eleição, reuniu os seus apoiadores mais próximos e até já havia dividido os cargos em seu gabinete, com a certeza que seria eleito, tendo como base algumas pesquisas. Resultado: perdeu. Dizem que o ex-senador, neobolsonarista, passou mal e precisou de atendimento médico.

Supremacia Santos 

Um dos maiores vencedores desta eleição foi o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, do MDB. Conseguiu eleger a esposa, Alessandra Haber (MDB) como a candidatura a federal mais votada do Pará. Conseguiu também eleger o seu vice, Erick Monteiro (PSDB) como deputado estadual. De quebra, viu os seus adversários políticos mais próximos como Eliel Faustino (UB) e principalmente Miro Sanova (PDT) não serem eleitos.

Almoço do Governador 

Hoje, 10, o governador Helder Barbalho (MDB) oferece almoço no Palácio do Governo aos deputados estaduais eleitos e reeleitos de sua base. Segundo levantamentos feitos pelo Blog do Branco no dia seguinte aos resultados das urnas, o governador contará, no mínimo, com 35 parlamentares em sua base de um total de 41. E essa conta ainda poderá subir com os desmanches dos palanques. A ver.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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