As pesquisas apontam a liderança incontestável do candidato do MDB, Helder Barbalho na disputa pelo governo do Pará. Alguns levantamentos divulgados o colocam quase como vencedor já em primeiro turno; outros apresentaram números mais modestos do ex-ministro, porém com considerável diferença em relação aos seus adversários. Os levantamentos de segundo turno afirmam que o ex-prefeito de Ananindeua será o próximo governador do Pará. Portanto, não há como desconsiderar o favoritismo do emedebista, independente de instituto de pesquisa e metodologia.
Helder é filho de Jader e Elcione. Apesar de separados, ambos são donos de um grande conglomerado de comunicação, que inclui rádios, televisão e jornal, o segundo maior do Pará; e esse poder de comunicação fez da família Barbalho um grupo político poderoso. A possível vitória, independente de turno de Helder, levanta uma questão central: o que acontecerá com os veículos de comunicação da família Barbalho em caso de vitória e consequentemente a tomada do Poder Executivo paraense?
A indagação e consequente reflexão está posta e faz sentido. Os veículos de comunicação da família Barbalho se acostumaram (desde quando saíram da base do governo Ana Júlia e depois de romperem com Simão Jatene) a ser oposição aos tucanos. E a fazem de forma ríspida e intermitente. Foi assim nos últimos anos em relação a Jatene e seu clã familiar. Mudaram de alvo no fim de 2017, quando o governador tornou público quem seria o seu candidato, o seu substituto. Nos últimos meses o jornal Diário do Pará direcionou os seus esforços para o presidente da Alepa, hoje candidato ao governo do Pará, Márcio Miranda. Desde abril, quando Miranda tornou-se oficialmente o candidato do atual grupo político que governa o Pará, os meios de comunicação dos Barbalho fizeram ataques sistemáticos, com o objetivo claro de desconstruir a imagem do candidato do Democratas.
Se Helder Barbalho vencer a disputa, como se comportará, por exemplo, o Diário do Pará? Como em um passe de mágica, tornará o estado do Pará um ótimo lugar de se viver? Os graves problemas que afligem a maioria da população deixarão de existir? O governo sob comando de Helder será um exemplo de gestão? Como o jornal mais vendido do Pará se posicionará? Fará jornalismo? Como o Diário do Pará conseguirá gerar conteúdo, preencher alguns de seus cadernos (como o de Atualidades e de Polícia, por exemplo, – que geram conteúdos locais, com média com 14 folhas cada um)? Ou de forma descarada, jogará o jornalismo no lixo, passando a ser uma extensão da Secretaria de Comunicação do Palácio dos Despachos?
O que acontecerá eu sei, estou apenas provocado e fomentando a reflexão, dois pilares de sustentação deste blog.