Conforme analisado em diversos artigos, em 2018, o então candidato ao governo do Pará, Helder Barbalho (MDB) havia montado uma estratégia político-eleitoral, que consistia em projetar o então vereador de Ananindeua, Daniel Santos, naquele momento filiado ao PSDB, ao cargo de deputado estadual e depois prefeito da segunda maior cidade em população do Pará, cargo que, inclusive, foi exercido pelo hoje mandatário estadual por duas vezes.
O Blog mostrou em detalhes e de forma sequencial o processo, que iniciou com as primeiras tratativas entre Santos e os Barbalho; sua desfiliação do PSDB; eleição para a Presidência da Assembleia Legislativa (Alepa) e, por fim, sua filiação ao MDB. Toda essa sequência foi tratada por este veículo que, inclusive, fez uma entrevista exclusiva com Daniel, até então presidente do Poder Legislativo estadual.
Desde o início, o acordo estava feito. Santos presidiria a Alepa por dois anos e depois deixaria o cargo para concorrer à Prefeitura de Ananindeua. A Presidência do parlamento seria ocupada na sequência por Francisco Melo (MDB), o “Chicão”, braço-direito dos Barbalho no referido município. Tal definição seria uma espécie de prêmio de consolação por Melo ter perdido para Santos a indicação do partido para concorrer ao paço municipal de Ananindeua.
De fato, Helder havia escolhido Daniel como um possível sucessor no plano estadual, mas ao tempo e ritmo definidos pelo próprio mandatário estadual. O que não foi entendido ou não quis ser seguido pelo prefeito de Ananindeua, que deixa claro sua intenção de seguir caminhos que não precisem ser validados pelo governador. Santos sentou na cadeira mais importante do segundo mais populoso município de olho na cadeira de governador.
A relação entre ambos a cada dia só piora, ao ponto do Diário do Pará, o jornal mais lido em solo paraense, se voltar (ainda em abordagens isoladas e pontuais) contra a gestão municipal de Ananindeua. Claramente é um sinal que não existe mais consideração por parte do mandatário estadual para com o seu antigo “pupilo”. A permanência de Daniel no MDB é outro ponto que parece ser insustentável.
Segundo matéria curta sobre o assunto postada pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto em seu Blog, o prefeito de Ananindeua recentemente se fez presente no congresso estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB), legenda dirigida pelo deputado federal Cássio Andrade. Seria também um sinal de que Daniel está procurando uma legenda para o seu projeto político pessoal. Outros capítulos ainda são aguardados, como as filiações partidárias de Alessandra Haber, primeira-dama de Ananindeua, além do vice-prefeito Erick Monteiro. A ver.
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