Sem Lula e Barbosa na disputa, Bolsonaro lidera

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Hoje foram divulgados os números referentes a mais nova pesquisa eleitoral para a disputa presidencial. A contratante desta vez foi a CNT (Confederação Nacional do Transporte), sendo realizada pela MDA. A consulta ouviu 2.002 pessoas entre os dias 9 e 12 de maio, em 137 cidades de 25 unidades federativas, nas 5 regiões do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. O código de registro do levantamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é BR-09430/2018.

A pesquisa foi dividida em duas partes: a primeira manteve o nome de Lula; a segunda, não constou o nome do petista. Com o nome apresentado, Lula atinge 32,4%; em segundo lugar vem Jair Bolsonaro com 16,7%; seguido de Marina Silva chegando a 7,6%; deixando Ciro Gomes na quarta colocação, com 5,4%. O tucano Geraldo Alckmin atinge 4,0% das intenções de voto.

Na segunda parte, a pesquisa retirou os nomes do ex-presidente Lula e do ex-ministro do Supremo Tribunal Eleitoral (STF) do leque de possibilidades a serem colocados aos entrevistados. Sem os referidos nomes, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) lidera em todos os cenários testados. O referido deputado federal atinge 18,3% das intenções de voto. Em segundo lugar vem a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede) com 11,2%; seguido de perto por Ciro Gomes (PDT), com 9,0%. Alckmin (PSDB) novamente no bloco retardatário, com 5,3%.

Análise do Blog:

A pesquisa testou 16 cenários: com Lula, sem Lula, com Temer, sem Temer, com Meireles, sem o referido; cenário amplo (com todos os pré-candidatos) e cenário reduzido, com apenas cinco nomes (os mais bem colocados). Em todos uma constatação: o nome escolhido pelo PSDB, o do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sempre se posiciona – independente de cenário – na quarta ou quinta posição. Portanto, neste momento (e levando em consideração números de outras pesquisas) os tucanos estariam fora de qualquer possibilidade de segundo turno. Não há como negar que Alckmin é o candidato preferido da grande mídia e do empresariado. Seus números podem melhorar com a proximidade da disputa; maior exposição nos meios de comunicação, etc.

Se cruzarmos os dados dos números levantados com a presença e ausência de Lula, fica claro que Ciro Gomes quase dobra o seu quantitativo de votos, quando Lula não aparece. Todos os principais candidatos (os cinco primeiros) sem a presença do ex-presidente, sobem, porém, é Ciro quem mais consegue verticalizar as suas intenções de voto. Portanto, o ex-governador do Ceará, herda entre seus concorrentes, o maior volume de votos de Lula, caso ele não concorra.

Jair Bolsonaro como afirmei, tornar-se-ia uma candidatura inconsistente, como, de fato, se apresenta. Lidera as pesquisas sem Lula, pelo vazio que o petista deixa com a sua ausência, mas os votos que são direcionados à Lula, não migram para Bolsonaro; se pulverizam entre os demais candidatos, com maior concentração em Ciro Gomes. Jair não cresce. As últimas pesquisas apontam que o referido mantem-se na faixa de variação entre 16% a 20%, isso desde o ano passado. Bolsonaro evita debates e exposição com conteúdos (temas) mais complexos. Diversos encontros setoriais foram feitos com a presença de diversos presidenciáveis, mas Jair não comparece. Se for mesmo candidato, pela conjuntura de seu atual partido, poderá ficar de fora dos debates televisivos. Portanto, na prática, a tendência é estagnar na intenção de voto, com a tangência à queda.

Ciro Gomes, apesar de herdar o maior volume de intenção de voto com impossibilidade de Lula concorrer, sua imagem não é bem vista pelo campo mais à esquerda. A possibilidade de apoio do PT já gerou conflitos interno na legenda. A direção do partido repudia qualquer tentativa de apoio a Ciro, ele sendo o cabeça de chapa, tendo um petista como vice. Não é do DNA do PT apoiar, isso o partido já demonstrou em diversas oportunidades. O PT tenta manter – a todo custo – o monopólio da esquerda no país, mesmo sem o seu maior agente político no páreo. 

Marina Silva a cada eleição aparece em um novo partido, um novo campo ideológico. O seu perfil de manter distância de polêmicas, de desaparecer em crises, e só aparecer em ano de eleição presidencial, lhe custou a credibilidade e apoio necessários para um melhor posicionamento nas pesquisas. Não há projeção de crescimento que possa levá-la ao segundo turno. 

Resta saber, qual caminho será tomado pelo PT e por Lula (cada vez mais longe da possibilidade de concorrer). Essa decisão sim, será o maior fiel da balança na eleição de deverá alterar diversas peças no tabuleiro político. Se Lula concorrer, vence, se for impedido, o seu apoio terá peso no resultado.    

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