O general encontrou o país praticamente sem governo, já que o príncipe-regente dom João VI e toda a corte portuguesa haviam fugido para o Brasil. Durante a invasão, ninguém em Portugal ousou se opor ao duque. A tranquilidade com que ele se mantinha no poder provocou o dito irônico. A quem perguntasse como iam as coisas, a resposta era sempre a mesma: “Esta tudo como dantes no quartel d’Abrantes”. Até hoje se usa a frase para indicar que nada mudou.
E foi exatamente o que aconteceu hoje, na sessão mais esperada do ano na Câmara Municipal de Parauapebas. Criou-se grande expectativa no encontro semanal ordinário dos vereadores, pois havia a possibilidade do prefeito Valmir Mariano (PSD) ser afastado do cargo. Os edis da oposição tinham a certeza que conseguiriam desalojar do Palácio do Morros dos ventos o grupo que comanda a bilionária prefeitura de Parauapebas.
Mas para a surpresa de todos (ou nem pode ser considerado surpresa, se tratando dos parlamentares da capital do minério), quatro vereadores faltaram à sessão de hoje. Apenas um, Miquinhas (PT) justificou a ausência com atestado médico. O referido precisou operar o ombro. Já os parlamentares Ivaniti Barrão (PSDC); Bruno Soares (PP) e Eusébio Rodrigues (PT) não compareceram à sessão e muito menos justificaram ausência.
A não presença dos citados foi suficiente para que não houvesse qualquer procedimento em relação ao processo de afastamento do prefeito. Pelo visto a manobra feita pelo presidente da Câmara, vereador Brás (SD) foi suficiente para que o governo se rearticulasse e travasse de qualquer forma o processo de afastamento de Valmir.
A forma como os vereadores de Parauapebas (quase sem exceção) trabalham ou exercem a sua representação parlamentar é o sonho de qualquer mandatário municipal. Conforme o título deste texto, tudo continua com Dantes no quartel de Abranches. O ano de 2015 já pode acabar.