Não há dúvida que o maior derrotado com a ascensão do Bolsonarismo foi o PSDB, que até então polarizava com o PT a política brasileira, ambos com o contrapeso do MDB. Com o crescimento de Jair Bolsonaro, os tucanos foram colocados de lado pelo grande eleitorado, que já estava – no plano federal – cansado das sucessivas derrotas impostas pelos petistas – e viram na onda bolsonarista a possibilidade de desbancar a Esquerda do Palácio do Planalto.
Tal rejeição se comprovou nas urnas, em 2018. O PSDB governou o Brasil duas vezes consecutivas (1995-2003). Polarizou a disputa à Presidência com PT até 2014. Mas o resultado das urnas em 2018 decepcionou os tucanos. O último candidato ao Planalto pela sigla, o ex-governador Geraldo Alckmin, não conseguiu decolar em nenhum momento do pleito. O paulista terminou a disputa na 4ª posição atingindo 4,8% dos votos (5 milhões). Se tornou o tucano com o pior desempenho da história na tentativa de se tornar presidente da República. O futuro político e consequentemente eleitoral, depende de mudanças. Tratei do assunto em outros artigos neste Blog.
Pois bem, o partido vem gradativamente mudando e buscando se posicionar dentro do cenário político de forma que viabilize a sua sobrevivência e possa recolocar a legenda em patamar de disputa nas urnas. “O PSDB vai encontrar no centro a possibilidade de ter interlocução com equilíbrio e serenidade. Conversar todos os polos ideológicos uma solução e alternativas para o país. O PSDB não participará de extremos. Mas discute com todo e qualquer espectro da política no sentido de construir, respeitando diversidades e exercendo protagonismo naquilo que sua base e crença apoia”, disse o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo (PE). Segundo ele, o PSDB não aceitará qualquer retrocesso na democracia.
Ontem, 08, o PSDB promoveu o seu congresso em Brasília, em que foram apresentadas resoluções gerais, após amplo processo de construção interna do partido. No plano econômico se manterá alinhado com a política econômica do governo, ou seja, a de Paulo Guedes, portanto, liberal. A diferença está – de forma clara e bem enfática – nos costumes, área que o PSDB quer manter distância do Bolsonarismo. No âmbito ambiental, os tucanos defendem políticas de combate às emissões de poluentes. E, pelo visto, querem manter distância do formato que o atual governo pensa sobre a Amazônia e ao meio ambiente de forma geral.
Conforme analisado e apresentado por este Blog, ao PSDB resta ser o caminho do “meio”, se colocar entre os extremos que está posto. Encontrar formato que volte a atrair o eleitorado. O partido como já foi dito aqui, foi varrido pelo Bolsonarismo e perdeu espaço, fato muito ligado pela postura política que durou por duas décadas de ser apenas o anti-PT. Não propôs nada além do contrário do que dizia Lula e sua turma.
E agora por conta do Bolsonarismo, o PSDB precisa urgentemente se reinventar, caso não queira desidratar cada vez mais politicamente. Se posicionará ao centro com discurso liberal e em apoio a democracia, parece ser o caminho. A proposta é ficar entre os extremos. A ver.