Vácuo político de Eguchi

Edmilson Rodrigues (PSOL) teve 51,75% dos votos válidos no segundo turno da eleição a Prefeitura de Belém, em 2020, obtendo 388.838 votos no total. O seu adversário, o então candidato Everaldo Eguchi (à época no Patriota, hoje no PL), obteve 48,25% (358.772 votos). A diferença ficou em pouco mais de 30 mil votos. Uma disputa que até à véspera da eleição não havia sido definida, com pesquisas apontando vitória para ambos os citados.

Eguchi não se elegeu, mas dentro do campo político bolsonarista se fortaleceu. Se posicionou naturalmente como candidato ao Palácio Antônio Lemos para a eleição seguinte. Antes disso, se elegeria deputado federal para fortalecer ainda mais o seu nome. Todavia, veio uma operação da Polícia Federal. Eguchi que é servidor da instituição, já foi afastado do cargo diversas vezes.

O caso que o envolve gira em torno sobre denúncias de que tinha cometido crime ao vazar informações da “Operação Migrador”, trabalho de investigação feito pela Delegacia de Polícia Federal de Marabá/PA, que apurava a atuação de organização criminosa de exploração ilegal de minério de manganês no ano de 2018. A violação de sigilo funcional é um crime previsto no artigo 325 do Código Penal Brasileiro e se caracteriza como um crime subsidiário praticado por funcionário público, que revela fato que deveria permanecer em sigilo, em razão do cargo que ocupa.

Eguchi sofreu sucessivos afastamentos no período do governo Bolsonaro, em tese, seu aliado. O que mostrou a gravidade das acusações sob o mesmo. A situação o enfraqueceu politicamente, justamente pelo mesmo sempre ter se apresentado como um combatente de atos ilícitos, justamente por ser um policial federal.

Com a péssima gestão de Edmilson, esse vácuo bolsonarista temporário, diversos nomes se apresentam como possibilidades ao eleitor belenense. Sob as bençãos do governador Helder Barbalho (MDB), aparecem até aqui dois nomes: Igor Normando (Podemos), que se licenciou do cargo de deputado estadual para assumir a recém-criada Secretaria de Cidadania; e Thiago Araújo (Cidadania), que disputou a última eleição, ficando em quarto lugar, mesmo com a máquina municipal lhe apoiando.

Do lado bolsonarista, surge o nome de Rogério Barra, filho do deputado federal Éder Mauro, ambos do PL, que já se coloca como um crítico ferrenho do prefeito Edmilson Rodrigues e do governador Helder Barbalho. O eleitorado bolsonarista na capital paraense é volumoso e está a espera de quem apoiar. No caso de Barra, tudo dependerá de sua atuação no parlamento estadual, buscando a viabilidade político-eleitoral para se manter competitivo para 2024.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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