Vale quer aumentar produção de cobre, diz novo CEO

Na primeira declaração pública após tomar posse como presidente da Vale, na terça-feira (01), Gustavo Pimenta disse no dia seguinte (02) que a mineradora focará no aumento da produção de cobre.

A fala foi feita ao anunciar o resultado do processo seletivo que escolheu o gestor de um fundo de investimentos em participações (FIP) de cerca de R$ 1 bilhão, que será patrocinado em conjunto pela companhia e o BNDES.

O FIP será gerido por um consórcio formado pela Ore Investments, empresa de participações em negócios de mineração, com as gestores de recursos JGP e BB Asset, do Banco do Brasil. A ideia é financiar em torno de 20 empresas, com os primeiros investimentos começando em março do ano que vem.

O foco dos investimentos do novo FIP será nos “minerais críticos”, como são chamados os recursos usados nas tecnologias da transição energética, como cobre, níquel, lítio, grafita, cobalto, nióbio, terras raras e manganês. Essas matérias-primas servem para fabricar, por exemplo, baterias de carros elétricos.

A ideia é investir em participações acionárias ou títulos de dívida de pequenas e médias empresas do setor e financiar tanto projetos de investimento no desenvolvimento de minas quando de pesquisa mineral – a etapa inicial do processo produção, que consiste em fazer o levantamento geológico dos terrenos para identificar se há potencial econômico.

Segundo Pimenta, faz sentido para a Vale apoiar a iniciativa da criação do FIP junto com o BNDES porque o instrumento poderá financiar novos projetos de produção de cobre, principalmente, em fases iniciais de prospecção.

Vale Base Metals avaliada em US$ 26 bilhões

A Vale é uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, mas também possui minas de cobre e níquel. Ano passado, a mineradora concluiu a separação dos negócios de cobre e níquel numa empresa diferente, a Vale Base Metals, avaliada em US$ 26 bilhões.

Ano passado, a Vale sinalizou que, com a VBM, buscará aumentar a produção de cobre, dos cerca de 350 mil toneladas por ano de hoje para 900 mil toneladas por ano. No níquel, a perspectiva é passar de 175 mil toneladas anuais para mais de 300 mil toneladas ao ano.

A estratégia de focar nos minerais críticos tem sido adotada pela Vale como uma forma de lidar com desafios de longo prazo, como a desaceleração estrutural do crescimento econômico da China, que aponta para uma moderação no consumo global de minério de ferro. Pimenta reafirmou essa estratégia, mas evitou citar apostas para além do cobre e do níquel. Segundo o executivo, a Vale focará nos produtos que já conhece.

O anúncio desta quarta-feira marcou também um primeiro aceno de Pimenta no relacionamento com o governo federal, já em seu segundo dia no cargo. A falta de traquejo político para lidar tanto com o governo federal quanto com governos estaduais foi frequentemente citado como ponto fraco de Eduardo Bartolomeo.

Por causa da participação virtual, Mercadante brincou com Pimenta. Comentou, durante o anúncio, que o presidente da Vale usava um fundo temático da empresa na transmissão. E disse que o executivo “está entrando bem”.

Com informações de Agência Globo

Imagem: reprodução

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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