Vale tem lucro de US$ 4,45 bilhões no 3° trimestre e supera projeções

A Vale lucrou, de forma líquida, US$ 4,45 bilhões no terceiro trimestre de 2022, alta de 14,6% na base anual e ficando acima do consenso, que era de US$ 2,7 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado das operações continuadas, por sua vez, foi de US$ 3,67 bilhões, recuo de 47% na mesma base, e 18,5% abaixo do consenso de US$ 4,5 bilhões.

A receita líquida foi de R$ 9,9 bilhões, recuando 19,5% na comparação com 2021 e praticamente em linha com o consenso, que era de US$ 10,1 bilhões. Em grande parte, o recuo da receita se deu acompanhando a baixa do minério de ferro, com o preço referência da tonelada do refinado 62% de US$ 162,9 entre julho e setembro de 2021 para US$ 103,3.

“A participação de produtos premium nas vendas totais totalizou 78% no 3T22. O prêmio de minério de ferro totalizou US$ 6,6 por tonelada, ante US$ 7,3 no segundo trimestre deste ano, devido aos menores prêmios de mercado para produtos com baixo teor de alumina e à ausência de dividendos sazonais das joints ventures”, explica a companhia no documento publicado no inicio da noite desta quinta-feira (27). “Isso foi parcialmente compensado por um menor impacto dos ajustes do sistema de precificação, principalmente devido ao efeito positivo dos preços defasados, com 13% das vendas precificadas a um preço médio de US$ 135,9”.

A queda do Ebitda, segundo a companhia, é explica pelo mesmo motivo – sendo que a Vale ainda registrou um aumento do custo caixa (C1) na base anual, saindo de US$ 1,47 bilhão em 2021 para U$ 1,48 bilhão neste ano – apesar do recuo frente ao US$ 1,52 bilhão do segundo trimestre deste ano.

A diferença na base trimestral se deu, principalmente, por conta do aumento do volume de vendas do minério, que diluiu os custos – a companhia vendeu 877,6 milhões de toneladas de finos e pelotas, alta de 6% na comparação trimestral. Na base anual, os volumes de vendas cresceram 3,8%, que não foram suficientes para compensar os maiores gastos (com combustíveis, por exemplo).

No segmento de metais básicos da Vale, níquel é destaque

No segmento de metais básicos, a receita líquida saiu de US$ 780 milhões no terceiro trimestre de 2021 para US$ 1,25 bilhões no deste ano, com destaque para o faturamento com níquel, que saiu de US$ 761 milhões para US$ 960 milhões.

“O preço realizado do níquel caiu 17% na base trimestral principalmente em razão da queda de 24% no preço médio do níquel da LME. Este efeito foi parcialmente compensado pelo aumento de 90% no prêmio médio agregado de níquel, atribuído majoritariamente a maior proporção de produtos Classe I Superior no mix de vendas, conforme as refinarias voltaram a operar no Atlântico Norte e aos maiores prêmios para produtos Classe I Superior em razão de aumento da demanda por material não originado da Rússia”, explica a mineradora.

O preço médio do níquel saiu de US$ 18.211 por tonelada para US$ 21.672 por tonelada na base anual. O volume de Níquel Classe I Superior vendido saltou de 22,6 quilotoneladas para 25,1.

Nas operações de cobre, a receita líquida recuou de US$ 679 milhões para US$ 479 milhões, por conta tanto do menor volume vendido quanto do menor preço realizado.

O Ebitda da operação de metais básicos acrescentou US$ 364 milhões no resultado total da companhia, ante US$ 505 milhões em igual período de 2021. Apesar do aumento da receita, o custo do produto vendido do segmento saiu de US$ 1,1 bilhão para US$ 1,88 bilhão.

Companhia tem alta das despesas operacionais, mas resultado financeiro é positivo

A Vale, por fim, viu suas despesas operacionais, que englobam gastos com vendas, pessoal e outras, ficarem em US$ 765 milhões neste último terceiro trimestre, ante US$ 606 milhões em igual período de 2021.

As despesas relacionadas a Brumadinho foram as que mais cresceram, saltando de US$ 161 milhões para US$ 336 milhões. Outras frentes, como gastos com pessoal e com pesquisa e desenvolvimento também avançaram.

Com informações de Infomoney.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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