O maior desafio de Valmir: índice de rejeição

Se tratando de disputa eleitoral, não há quesito que cause mais temor ou desespero em uma campanha majoritária do que índice de rejeição. O referido item faz com que marqueteiros percam o sono ou trabalhem dobrado para tentar reverter tal processo. No início do ano corrente, algumas pesquisas foram realizadas em Parauapebas para se ter um parâmetro inicial de como estava a aprovação da gestão municipal e particularmente a imagem do prefeito Valmir Mariano. Tinham o perfil de consumo interno (como os partidos ou governos gostam de classificar tal consulta) e sinalizar como estava a situação e qual caminho seguir para mudar.

Os resultados foram desastrosos, provocaram corre-corre pelos corredores do Palácio do Morro dos Ventos. O índice de popularidade (aceitação) do prefeito, assim como de sua gestão, estavam bem baixos, inferior talvez ao apontamento do mais pessimista adversário do prefeito. Naquele momento os assessores mais próximos do mandatário municipal sabiam que teriam grande missão pela frente e muito trabalho, além das poderosas peças de publicidade afim de reverter tal processo negativo. A equipe de marketing começou agir e espalhou pelos quatro quantos da cidade, peças publicitárias referentes às realizações que atual gestão entregou em três anos e meio (período correspondente à ordem cronológica dos fatos). O slogan “Mais de 260 obras” era para causar impacto visual e aceitativo na população, buscando mostrar que se realizou muito em menos tempo em comparação aos seus antecessores.

Os meses foram passando e os patamares de rejeição se mantiveram estratosféricos, ainda com margem de crescimento, piorando ainda mais a imagem do prefeito Valmir Mariano, perante a sociedade, hoje eleitor. Essa avaliação negativa que se mantém alta até hoje (basta analisar, por exemplo, as duas últimas pesquisas divulgadas pelo Instituto Doxa) que comprovam que mesmo com forte uso da máquina e aumento do fluxo de entrega de obras (processo natural se tratando de ano eleitoral) Valmir continua a desagradar a maioria dos parauapebenses. Essa avaliação negativa está muito atrelada as diversas ações do Ministério Público, presença do efetivo do Gaeco por diversas vezes pelas ruas da cidade e a divulgação de poderosos esquemas de desvios de recursos públicos.

Não há como negar que a presença da Justiça em Parauapebas derrubou a imagem de Valmir Mariano. Na outra ponta estão ostros processos que englobam o índice de rejeição, como por exemplo, o próprio desgaste da imagem do prefeito, frente as amplas demandas que a cidade requer e as dificuldades de gerenciamento dessas questões. Outro ponto aprofunda esse cenário preocupante, o próprio perfil do atual mandatário municipal. Valmir não é político e não sabe fazer política. Não tem imagem carismática, isso, inegavelmente, pesa contra.

Mesmo com diversas obras que estão sendo entregues a população, entre elas a maior e mais importante: o Hospital Geral de Parauapebas. Obra que era esperada há uma década e que escrevi recentemente sobre, a colocando como a “bala de prata” do governo Valmir. Esperava-se que o maior centro hospitalar público da região de Carajás seria a mola propulsora da reeleição, algo que não ocorreu.

O bom manual de marketing político confirma que o índice de rejeição é um grande obstáculo a qualquer autoridade política. Fato também que a rejeição é um voto difícil de reverter. Para outros especialistas, passa a ser um voto perdido e que se deve descartar e não perder tempo com ele. Não há dúvida que o maior desafio hoje na campanha de reeleição do prefeito Valmir Mariano está na questão de sua rejeição. Ela não se altera (para baixo como se pretende os apoiadores palacianos), pelo contrário, tende a aumentar, não chegou ainda ao seu teto. Com a proximidade da eleição, sobra menos tempo para reverter ou pelo menos, diminuir o cenário preocupante aos apoiadores da atual gestão. Resta saber se ainda dá tempo, ou já se pode jogar a toalha?

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