A eleição passou e com o fim dela novos ventos chegaram, e eles geralmente trazem mudanças. Não é de hoje que se cogita a necessidade de alterações no primeiro escalão do governo do prefeito Darci Lermen. Não é uma opção ou um rearranjo das forças políticas municipais; e sim, passou a ser uma necessidade para a própria cidade e para o futuro político do próprio mandatário. Em 47 dias a sua gestão terá atingindo metade do seu tempo de mandato, e nesses 24 meses que irão se passar não há muito o que se mostrar, mesmo com a forte propaganda para tentar emplacar junto à sociedade a imagem de uma gestão que realiza grande transformação em Parauapebas, atingindo assim – segundo a propaganda – o nível satisfatório de realizações, e o cumprimento das promessas de campanha, com chamadas: “Governo da Nossa Gente”, “Governo da Oportunidade” (abandonado rapidamente), “Trabalho em toda a cidade”, etc.
Na prática a realidade é outra, e o próprio prefeito sabe disso. Por sua experiência de ter sido gestor por dois mandatos, tem a exata noção de que a sua atual gestão está deixando a desejar, sendo pior do que as duas anteriores. Então por que se mantém o status quo? Qual resistência em mudar? Já não passou da hora? Até quando se manterá preso as amarras dos acordos de campanha? Até quando fará apologia à incompetência?
Mas parece que finalmente o prefeito fará uma reforma em seu secretariado. Fontes afirmam que a troca de cadeiras ocorrerá até o fim do mês corrente, e desta vez as trocas não serão pontuais, e nem localizadas. Há pelo menos seis mudanças em secretarias e postos no segundo escalação (os nomes o blog teve acesso, mas por uma questão de respeito aos envolvidos, ficou definido a não citação nominal). Alguns nomes serão remanejados para outras áreas e outros chegarão ao Palácio do Morro dos Ventos. Darci sabe que a inércia administrativa que a sua gestão está envolvida – e não é de hoje – chegou ao limite. Diversas pastas estiveram os seus orçamentos estourados no nono mês do ano, o que demonstra no mínimo a falta de planejamento de diversos ordenadores de despesas, e que comprometem consideravelmente o funcionamento da máquina, obrigando – como em todos os anos – a solicitação do pedido de suplementação à Câmara de Vereadores, para o remanejamento de recursos, neste caso, para o direcionamento de despesas com pessoal e encargos sociais.
Além da reforma administrativa, Darci Lermen pretende formar um grupo de “notáveis”, ou seja, pessoas com expertise em diversas áreas, e que possam contribuir com a sua gestão; de fora, ou seja, uma visão exógena da máquina pública municipal, para justamente assessorar o prefeito em tomadas de decisões, projetos e ações. A formação deste seleto grupo ainda é uma pretensão do mandatário parauapebense, nada confirmado que acontecerá na prática.
O prefeito sabe que lhe restará em breve a metade do tempo de seu mandato. E o seu nível de cumprimento das promessas de campanha, do plano de governo, está longe de ser atingido. A reforma administrativa terá a capacidade de mudar o ritmo do governo? Ou será mais um jogo de cena do prefeito, buscando tirar o foco de sua péssima gestão, com a chegada de diversos nomes novos? O tempo dirá e Parauapebas ganhará ou perderá com isso.