A “estadualização” de Belém. A derrota moral de Edmilson

A péssima gestão de Edmilson Rodrigues (Psol) à frente da Prefeitura de Belém ocasionou um fato relevante que, possivelmente, poderá lhe custar a reeleição: a “estadualização” da capital paraense. De forma prática, o governo do Pará, com forte presença física do governador Helder Barbalho e de sua vice Hana Ghassan, vem imprimindo intensa agenda de obras, que vão desde asfaltamento de vias em áreas periféricas, a projetos de infraestrutura como macrodrenagem e recuperação de canais.

Toda essa intervenção estadual na capital, sobretudo, na periferia, tem método. Segue uma estratégia que se divide em duas, mas que se unem no mesmo propósito: enfraquecimento político da gestão municipal e, concomitantemente, a projeção de uma candidatura do governador, criando na percepção do eleitorado belenense a união entre governo do Estado e prefeitura. Sendo assim, o nome escolhido pelo governador seria a melhor opção à cidade pela parceria que seria criada.

Em eventos de entregas de obras ou assinaturas de ordem de serviço, presenças em eventos das Usinas da Paz, a comitiva do governador na capital é composta por autoridades estaduais e também municipais, dentre elas alguns vereadores da base do governo municipal, que inclui, por exemplo, Igor Andrade, líder de Edmilson na Câmara de Belém. O próprio prefeito não vem acompanhando a agenda do governador e de sua vice pelas ruas geralmente esburacadas e tomadas por lama. A questão: o cerimonial do governador não convidou o prefeito de Belém? Ou ele não faz questão de ir aos eventos promovidos pela máquina estadual?

Certo mesmo é que a inércia da gestão municipal do Psol, criou um vácuo político que logo foi preenchido por Helder Barbalho, que colocou como meta que o próximo mandatário da capital ser, enfim, do MDB. Enquanto o governador é aplaudido, o prefeito de Belém é vaiado. Helder já vem governando indiretamente a capital, agora irá passar o bastão da capital para um dos seus.

Imagem: Marco Santos (Agência Pará). 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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