No próximo dia 24, o presidente Jair Bolsonaro estará em Nova Iorque para abrir – como tradição desde 1947 – a Assembleia Geral da ONU. O discurso do atual mandatário da nação é muito aguardado por todos. Há enorme expectativa sobre o conteúdo. O que se sabe até o momento, é que o material estará alinhado aos Estados Unidos. Bolsonaro não esconde a postura, desde quando assumiu o governo, de estreitar ao máximo a relação entre os países.
Segundo fontes dos grandes jornais que são ligados à Presidência, o texto constará críticas a Cuba, Venezuela e em particular ao presidente francês Emmanuel Macron. Portanto, Bolsonaro manterá a sua linha de ação, pautada em ataques aos ditos inimigos, e que também são dos Estados Unidos.
Em relação à Amazônia, o presidente tende a destacar a soberania brasileira sobre aquele território. Mantendo a postura de distanciamento dos países europeus que historicamente enviam recursos financeiros ao Brasil, como no caso de Noruega e Alemanha, que são os maiores financiadores do Fundo Amazônia, o maior entre todos os convênios de parcerias firmados.
Não há dúvida que o discurso provocará ressonâncias dentro da política mundial. A presença de Bolsonaro no encontro da ONU provocará muitas críticas e protestos. A imagem dele no exterior é ruim, e concomitantemente a isso, a do nosso país só piora. Sabe-se que o citado nem poderá mais discursar na cúpula do clima. Foi vetado pela ONU, sob justificativa de que o Brasil não tem apresentado nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima. Pelo contrário, o mundo acompanha o aumento das queimadas e desmatamento na região e o desmonte das leis ambientais.
Jair Bolsonaro poderia aproveitar a oportunidade de falar ao mundo ao abrir a Assembleia Geral da ONU, externando um discurso mais apaziguador, menos beligerante. Buscando, por exemplo, parcerias com outros países e não só com os que considera “alinhado ideologicamente”. Mas isso não deverá ocorrer, e nem pode, pois fugirá da essência do bolsonarismo (algo tratado em demasia nas análises políticas deste blogueiro). Então, aguardemos o discurso. Cabe a nós torcemos para que o Brasil não saia menor após a passagem de Bolsonaro pela ONU. O que – diga-se de passagem – tem grande probabilidade de acontecer.