Que os índices sociais despencaram no Brasil nos últimos dois anos não é novidade. Que o volume de brasileiros que passaram a não se alimentar de forma satisfatória, é outro fato real, mas o que não se sabia que se tinha aumentando tanto em um intervalo de tempo muito curto. É o que aponta os dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado nesta quarta-feira, 08. De acordo com os dados, são 33,1 milhões de pessoas que passam fome no País, mesmo patamar de 30 anos atrás.
A situação apresentada pela pesquisa é alarmante. De 2021 até agora, 14 milhões de brasileiros entraram em situação de vulnerabilidade alimentar. Isso significa que 6 a cada 10 pessoas que moram no país convivem com algum grau de insegurança alimentar. O que levou a essa subida rápida? Segundo os especialistas, há dois motivos diretos: a continuidade do desmonte de políticas públicas sociais e piora no cenário econômico, o que acirrou o as desigualdades sociais, além da continuidade – hoje menor – da pandemia da Covid-19.
Neste caso, sem surpresas, a fome no Brasil tem cor, sendo também regionalizada. Os brasileiros mais impactados estão nas regiões Norte e Nordeste. A pesquisa indicou ainda que cerca de 65% dos lares comandados por pessoas pretas e pardas convivem com algum nível de restrição alimentar.
A pesquisa foi realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) e teve execução em campo do Instituto Vox Populi. A Ação da Cidadania, a ActionAid Brasil, a Fundação Friedrich Ebert Brasil, o Ibirapitanga, a Oxfam Brasil e o Sesc são organizações apoiadoras e parceiras dessa iniciativa. Os dados foram coletados entre novembro de 2021 e abril de 2022, a partir de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais, de 577 municípios, dispostos em 26 estados e no Distrito Federal.
Com informações da Carta Capital (adaptado pelo Blog do Branco).