A gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) é ruim. Essa constatação não se sustenta por achismo ou preferência política por outras pré-candidaturas, pelo contrário, ela é constatação da realidade. Os números confirmam. O Brasil nos últimos três anos piorou em diversos aspectos: social, econômico, educacional… O que demonstra a incapacidade do mandatário e seus auxiliares mais próximos de reverterem essa condição.
Desde os primeiros meses da atual gestão que se acostumou-se a usar temas polêmicos como forma de desviar a atenção da opinião pública para os verdadeiros problemas do país. A pauta de costumes sempre foi a “cortina de fumaça” do governo Bolsonaro que, ao perceber que ocorrerá um escândalo ou a divulgação de números não favoráveis, coloca na pauta um assunto que tende a ganhar manchetes e repercutir. Tornou-se um modus operandi Bolsonarista.
O governo começou com grande presença do que se acostumou chamar de “ala ideológica”, composta por ministros (muitos deles nem estão mais no governo, como Ernesto Araújo, Ricardo Salles, Abraham Weintraub e Damares Alves), que tinham como função não governar, mas criar fatos que tomassem espaço na mídia e repercutissem na sociedade. Executaram – cada um ao seu tempo de permanência no cargo – bem feito o serviço.
Em meio a diversos problemas que o país enfrenta, o que faz Bolsonaro? Cria um intermitente conflito com o Supremo Tribunal Federal (STF), em especial, com o ministro Alexandre de Moraes, com ações judiciais que passaram a serem recorrentes. Em outra ponta, o presidente ataca o sistema eleitoral brasileiro, desacreditando um sistema que já foi testando inúmeras vezes, tendo a sua eficiência e segurança comprovados. Escolheu, por exemplo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também como alvo. Mais uma cortina de fumaça que tenta esconder os reais problemas do país.
Desta forma – como sempre fez – Bolsonaro vai pautando o trabalho da imprensa, ocupando-a, fazendo com que não se cobre a crise econômica que assola o país. Promove o que escrevi em 2019: “o sexo dos anjos”, expressão usada para retratar quando se quer perder tempo discutindo um assunto absolutamente inútil e impossível de ser determinado, quando existem problemas mais importantes.
A guerra declarada contra o STF e TSE são a forma de movimentar a militância bolsonarista e desviar o foco do mundo real que Bolsonaro não consegue resolver. Não haverá golpe, mas a narrativa de ataque ao processo eleitoral é mais um capítulo para desacreditar o resultado, em caso de derrota, além de tumultuar.
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