A magia da Bola

Não há dúvida que, a final da Copa do Mundo no Catar, entre Argentina e França, foi a melhor decisão da história. Seis gols, com dois para cada lado no tempo normal e mais um para cada seleção no tempo extra. Os pênaltis foram a “cereja” do bolo. Argentina tricampeã do mundo.

Esperava-se um jogo burocrático, com ambas as seleções travando um duelo de esquemas táticos, com a disputa para ver quem travaria mais o adversário. A vitória poderia ocorrer por uma bola, um lance de sorte. Mas não. Os argentinos se impuseram desde o início, jogando uma primeira etapa quase impecável. O resultado ao fim do primeiro tempo era dois a zero para os Hermanos. A França não jogou.

Veio o segundo tempo e o equilíbrio voltou entre as equipes. Os franceses mudaram esquema tático, promoveram alterações que melhoraram muito o desempenho. No último quarto de jogo, os franceses pressionavam, mas a vitória argentina era dada como certa. Mas o futebol… Em menos de quatro minutos, a França – via Mbappé – empatou. Uma final que parecia que seria mais uma entre outras sem graça, sem maiores emoções nos minutos finais, tornou-se uma “batalha épica” pela consagração.

Fim de jogo. Vamos ao tempo extra, com dois períodos de quinze minutos. Mais uma vez, a Argentina passa à frente no placar. Parecia que a vitória teria sido adiada apenas por alguns minutos, mas estava garantida. Mais uma mudança daquela que só ocorre no futebol… França empata novamente no final da partida, depois de um defensor argentino colocar a mão na bola. Pênalti. Terceiro gol de Mbappé na partida.

Em todo jogo, o lance mais decisivo, emblemático, e que poderia ter decidido a final: aos 17 minutos do segundo tempo da prorrogação, tudo parecia perdido quando Kolo Muani recebeu no campo de ataque, aproveitou a falha da defesa e saiu na frente do goleiro argentino Martínez. Ele, então, se esticou inteiro para fazer uma defesaça. Foi o último lance. Logo em seguida, o árbitro apitou o fim da partida, e a decisão teria que ser decidida por pênaltis.

Mais uma vez, Martínez brilhou. Pegou duas cobranças. Argentina tornou-se tricampeã do mundo, 36 anos depois do bicampeonato, conquistado no México. Leonel Messi, enfim, torna-se campeão mundial pela seleção. Sua despedida de Copas do Mundo não poderia ter sido melhor. Ele é um “monstro”, um jogador de futebol que, possivelmente, só esteja abaixo de Pelé, mas acima de Maradona. Se é para polemizar, então vamos lá… Leonel já é maior que Diego. Não só pelos títulos, mas por sua história no futebol.

Messi foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo, o que deverá lhe garantir o seu sétimo troféu de melhor do mundo da FIFA, que usou o torneio como critério de escolha. Talvez nunca na história um jogador de futebol será escolhido sete vezes o melhor do mundo. O argentino só não foi mais vezes, porque perdeu a disputa cinco vezes para o português Cristiano Ronaldo, uma para o croata Luka Modric (2018) e duas vezes para o polonês Robert Lewandowski (2020 e 2021).

O que se viu ontem por quase três horas de jogo, foi a melhor final de Copa do Mundo de todos os tempos. Uma partida que precisará ser revista sempre. Um jogo que daqui a 50 anos será falado, lembrado. Futebol não é, por acaso, o maior esporte do mundo. É mágico. Encanta. Chega a ser metafísico. Nossos limites enquanto humano só nos fazem referendar e agradecer. O resto está acima de nós.

Parabéns, Argentina. Merecido Leonel Messi.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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