No último dia 28, o Instituto Ibope divulgou a sua primeira pesquisa para a disputa presidencial, em 2018. A pesquisa, encomendada pela Confederação nacional da Indústria (CNI) que foi realizada entre os dias 21 e 24 de junho, com 2 mil eleitores em 128 municípios. A margem de erro é bem menor se comparada a outras pesquisas, ficando em dois pontos para cima ou para baixo.
Seguindo o formato de outras consultas, o Ibope montou dois cenários: com a presença e ausência de Lula na disputa. Com o ex-presidente entre os nomes apresentados, o petista lidera com folga (tanto na estimulada, quanto na espontânea com o dobro do segundo colocado); assim como Jair Bolsonaro fica em primeiro lugar nos dois formatos de consulta, na ausência do ex-presidente.
Estimulada com Lula:
Lula (PT): 33%;
Jair Bolsonaro (PSL): 15%;
Marina Silva (Rede): 7%;
Ciro Gomes (PDT): 4%;
Geraldo Alckmin (PSDB): 4%;
Álvaro Dias (Podemos): 2%.
Os outros nomes atingiram 1% ou menos na pesquisa. O índice dos que declararam votar em nulo ou branco chega a 22%. Os que não sabem ou não responderam atingiu 6%.
Estimulada sem Lula:
Jair Bolsonaro (PSL): 17%;
Marina Silva (Rede): 13%;
Ciro Gomes (PDT): 8%;
Geraldo Alckmin (PSDB): 6%;
Álvaro Dias (Podemos): 3%;
Fernando Collor (PTC): 2%;
Fernando Haddad (PT): 2%.
Branco/nulo: 33%;
Não sabe/não respondeu: 8%.
Os outros nomes atingiram 1% ou menos na pesquisa. Votos em nulo ou branco somaram 33%. Os que não sabem ou não responderam 8%.
Intenção de voto espontânea (quando não é apresentada uma lista de candidatos):
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 21%;
Jair Bolsonaro (PSL): 11%;
Marina Silva (Rede): 2%;
Ciro Gomes (PDT): 2%;
Álvaro Dias (Podemos): 1%;
Geraldo Alckmin (PSDB): 1%;
João Amôedo (Novo): 1%;
Outro com menos de 1%: 3%
Branco/nulo: 31%
Não sabe/não respondeu: 28%.
A pesquisa Ibope reforça o que já se tornou um fato real: os votos em Lula e Bolsonaro são cristalizados (aqueles que dificilmente mudam). O ex-presidente está preso a três meses, em Curitiba, mesmo assim, não desce de 30%. No comparativo entre os números do Datafolha e do Ibope, Lula não caiu. Pelo contrário, até subiu (dentro da margem de erro).
Sem o petista como opção de voto, Bolsonaro lidera. No cruzamento de números entre a Estimulada e a Espontânea, a intenção de voto em Bolsonaro é próximo; o que reforça a tese do voto consolidado no deputado federal. Bolsonaro não sobe e nem aparece com tendência de elevação de sua intenção, mas por essa cristalização que rodeia o seu nome. Ele poderá ter tendência de queda, mas ainda é um dos favoritos a ter um lugar no segundo turno.
Lula não será candidato. Portanto, mais à frente, o PT terá que decidir o que fazer? Lançar, talvez o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como candidato ao Palácio do Planalto ou apoiar, quem sabe, Ciro Gomes? Se o ex-governador do Ceará tiver o apoio de Lula, possivelmente estará no segundo turno, justamente por representar e reunir o campo de centro à esquerda. Claro que o petista orgânico, mais ligado ao partido, caso Lula apoie Ciro, deverá migrar para outras direções: Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (Psol).
O Ibope não fez levantamento de projeções para o 2º turno (com a justificativa de ter feito ainda a primeira pesquisa a nível nacional, sem ter parâmetros anteriores). Com os números apresentados, reafirma a estabilidade do cenário político-eleitoral para a Presidência da República. Tudo ainda parece esperar o “time” de Lula e o imbróglio que o cerca. Goste ou não, será o petista – mesmo preso – o agente definidor desta disputa.