A eleição chegou ao fim, e com ela o início de um novo ciclo político, haja vista, que em dois anos teremos outra disputa eleitoral; agora em outro patamar, na esfera municipal. No dia seguinte do resultado final do processo eleitoral divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciaram as conjecturas sobre o tabuleiro político de Parauapebas, sustentadas obviamente pelos resultados apurados pelas urnas.
A eleição ao governo do Pará, por exemplo, mostrou claramente a impopularidade do prefeito Darci Lermen. Seu candidato venceu com margem pequena no primeiro turno, mas perdeu no segundo. O resultado fala por si só, sem rodeios. Pesquisas internas encomendadas pelo prefeito no início do ano já mostravam que havia um alto grau de insatisfação com relação a sua gestão. Do período do levantamento interno de avaliação até os dias atuais a rejeição só aumentou.
Lermen atingirá nos próximos dois meses metade do tempo total de mandato. O prefeito já vem ensaiando mudanças no primeiro escalão de seu governo, mas preferiu aguardar o fim das eleições para decidir o que fazer e como fazer. O processo eleitoral agora é passado, e o atual mandatário político de Parauapebas precisa definir os rumos de sua impopular e questionada gestão; a começar se faz necessário urgentemente o desvencilhamento dos acordos políticos firmados na campanha de 2016. Acertos esses que o fizeram ganhar a eleição contra uma poderosa máquina, mas, por outro lado, travam a sua gestão, muito por conta da incompetência de alguns ordenadores de despesa.
O loteamento da máquina municipal foi a saída; o problema é que essa divisão interna criou o que o blog vem tratando desde junho de 2017: feudos. Cada secretaria tornou-se um reduto particular de quem a dirige, e isso, sem dúvida, é o maior problema que o prefeito continua a enfrentar, e parece cada vez mais solitário.
A oposição
Hoje, em Parauapebas, quem ou qual grupo poderá ser uma ameaça à reeleição do prefeito Darci Lermen? O PSDB não tem expressão política e muito menos grupo que possa fomentar o surgimento de um nome, ainda mais agora ao expulsar os três vereadores que a legenda tinha no parlamento municipal . O PSD que até então poderia (até porque tem grupo, nomes conhecidos e competitivos, porém é uma legenda dividida) se aproximou dos Barbalho, que deverá manter o partido sob a órbita do MDB, evitando assim o embate com o atual prefeito, em 2020. O PSB que apoiou Márcio Miranda, sendo o grande responsável pela vitória do candidato do DEM em Parauapebas, saiu fortalecido dessas eleições. Em seu quadro tem dois nomes conhecidos: Sérgio Balduino, vice prefeito; e Elias Ferreira, atual presidente da Câmara. Qual dos dois poderia romper com o prefeito e se lançar candidato? É uma hipótese remota. E o DEM, que em 2016, através de Marcelo Catalão, criou uma terceira via para combater à época quem representava o passado e o presente, teria alguma chance?
Por esse cenário até aqui, sem o surgimento de um nome que possa ser competitivo, o prefeito Darci Lermen segue mantendo tudo no seu ritmo, no seu tempo. Mudanças ocorrerão, mas, como sempre, no ritmo ditado pelo mandatário. Ele sabe que não há um nome que possa ameaçar a sua reeleição, por isso determina o ritmo e as peças do tabuleiro político. Soberba? Não, infelizmente a realidade. Se algo novo ou um nome seja definido e aclamado por diversos grupos dentro de um ano, Darci provavelmente será governará Parauapebas pela quarta vez. E na dinastia Lermen, o trem continua indo e voltando, e o minério acabando.