A ressonância da eleição ao governo do Pará em Parauapebas e o tabuleiro político para 2020

A eleição chegou ao fim, e com ela o início de um novo ciclo político, haja vista, que em dois anos teremos outra disputa eleitoral; agora em outro patamar, na esfera municipal. No dia seguinte do resultado final do processo eleitoral divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciaram as conjecturas sobre o tabuleiro político de Parauapebas, sustentadas obviamente pelos resultados apurados pelas urnas.

A eleição ao governo do Pará, por exemplo, mostrou claramente a impopularidade do prefeito Darci Lermen. Seu candidato venceu com margem pequena no primeiro turno, mas perdeu no segundo. O resultado fala por si só, sem rodeios. Pesquisas internas encomendadas pelo prefeito no início do ano já mostravam que havia um alto grau de insatisfação com relação a sua gestão. Do período do levantamento interno de avaliação até os dias atuais a rejeição só aumentou.

Lermen atingirá nos próximos dois meses metade do tempo total de mandato. O prefeito já vem ensaiando mudanças no primeiro escalão de seu governo, mas preferiu aguardar o fim das eleições para decidir o que fazer e como fazer. O processo eleitoral agora é passado, e o atual mandatário político de Parauapebas precisa definir os rumos de sua impopular e questionada gestão; a começar se faz necessário urgentemente o desvencilhamento dos acordos políticos firmados na campanha de 2016. Acertos esses que o fizeram ganhar a eleição contra uma poderosa máquina, mas, por outro lado, travam a sua gestão, muito por conta da incompetência de alguns ordenadores de despesa.

O loteamento da máquina municipal foi a saída; o problema é que essa divisão interna criou o que o blog vem tratando desde junho de 2017: feudos. Cada secretaria tornou-se um reduto particular de quem a dirige, e isso, sem dúvida, é o maior problema que o prefeito continua a enfrentar, e parece cada vez mais solitário.

A oposição

Hoje, em Parauapebas, quem ou qual grupo poderá ser uma ameaça à reeleição do prefeito Darci Lermen? O PSDB não tem expressão política e muito menos grupo que possa fomentar o surgimento de um nome, ainda mais agora ao expulsar os três vereadores que a legenda tinha no parlamento municipal . O PSD que até então poderia (até porque tem grupo, nomes conhecidos e competitivos, porém é uma legenda dividida) se aproximou dos Barbalho, que deverá manter o partido sob a órbita do MDB, evitando assim o embate com o atual prefeito, em 2020. O PSB que apoiou Márcio Miranda, sendo o grande responsável pela vitória do candidato do DEM em Parauapebas, saiu fortalecido dessas eleições. Em seu quadro tem dois nomes conhecidos: Sérgio Balduino, vice prefeito; e Elias Ferreira, atual presidente da Câmara. Qual dos dois poderia romper com o prefeito e se lançar candidato? É uma hipótese remota. E o DEM, que em 2016, através de Marcelo Catalão, criou uma terceira via para combater à época quem representava o passado e o presente, teria alguma chance?

Por esse cenário até aqui, sem o surgimento de um nome que possa ser competitivo, o prefeito Darci Lermen segue mantendo tudo no seu ritmo, no seu tempo. Mudanças ocorrerão, mas, como sempre, no ritmo ditado pelo mandatário. Ele sabe que não há um nome que possa ameaçar a sua reeleição, por isso determina o ritmo e as peças do tabuleiro político. Soberba? Não, infelizmente a realidade. Se algo novo ou um nome seja definido e aclamado por diversos grupos dentro de um ano, Darci provavelmente será governará Parauapebas pela quarta vez. E na dinastia Lermen, o trem continua indo e voltando, e o minério acabando.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

Alerta: mais de 80 mil famílias de baixa renda podem perder descontos na conta de energia

No Pará, 80.686 famílias clientes da Equatorial Energia podem perder o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), programa do Governo Federal que beneficia

Pesquisa Doxa: Márcio Miranda chegou. E agora?

Na manhã de hoje, 21, a Doxa divulgou a sua segunda pesquisa ao governo do Pará. Os resultados não são nem um pouco favoráveis ao

Cinco anos de S11D. Um novo capítulo da Odisseia Amazônica

Há exatos cinco anos, a Vale apresentava um dos maiores empreendimentos do mundo, o maior no planeta do setor mineral. Um gigante complexo industrial que

Ninho esvaziado

Ontem, 30, em um hotel da capital paraense, o PSDB promoveu evento de olho nas eleições do próximo ano. Uma ala do partido favorável à

Exclusivo: gastos da bancada federal paraense em outubro de 2025

De forma exclusiva, o Blog do Branco divulga mais um levantamento em relação aos gastos da bancada federal do Pará referente ao mês de outubro

Copom anuncia manutenção da Selic em 15% ao ano pela 3ª vez consecutiva

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (10). Trata-se da terceira vez consecutiva