Decadência política de Eguchi

O delegado afastado da Polícia Federal, Everaldo Eguchi (PRTB) passou a ser atualmente o maior exemplo de como morrer politicamente. O fato ocorrido ontem, 03, em que o mesmo foi flagrado em uma confusão de trânsito, com a suspeita de dirigir embriagado, além de ter sido levado à delegacia por ter desacatado policiais militares, fato registrado em vídeo.

Vale lembrar que Eguchi despontou rapidamente na política. Em 2020, por exemplo, se tornou o principal nome do Bolsonarismo na capital paraense. Chegou a liderar parte da corrida eleitoral, terminando em segundo lugar, com 167.599 votos (23,6%), indo, portanto, ao segundo turno (o que foi, sem dúvida, um feito).

No segundo turno, isolado, perdeu. Diversas forças políticas – algumas até divergentes – se uniram a candidatura de Edmilson Rodrigues, do PSOL, que venceu aquele pleito de forma apertada. Eguchi conseguiu 364.095 votos (48,2%).

Everaldo, sem dúvida, saiu muito maior do último processo eleitoral municipal. Seu capital político poderia levá-lo a Brasília em 2022, quem sabe, elegê-lo prefeito de Belém em 2024. Todavia, veio em 2021 a “Operação Mapinguari”, da Polícia Federal, que investigava o vazamento de informações de dentro do órgão, que comprometeram operações. Eguchi era acusado de violação de sigilo funcional, corrupção passiva e ativa, e associação criminosa. Em sua casa foram encontrados uma grande quantidade de dinheiro entre euro, dólar e real.

A partir deste momento, o futuro político de Eguchi estava comprometido. Foi afastado de suas funções na Polícia Federal, processo que segue e que poderá expulsá-lo da corporação e até colocá-lo “atrás das grades”. Perdeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que lhe destronou da posição de maior representante do Bolsonarismo no Pará.

Sem o brilho e acossado pela PF, Eguchi começou a perder capital político e credibilidade de alguém que se apresentava como o baluarte da moralidade. Da mesma forma que não foi eleito ao parlamento federal em 2018, em 2022 a derrota nas urnas se repetiu.

Depois de cinco trocas partidárias, Eguchi retornou ao PRTB e vem tentando se colocar em condição de competitividade na atual corrida pelo Palácio Antônio Lemos, todavia, se mantém distante de qualquer possibilidade de ir ao segundo turno. O que já estava difícil ficou pior com o caso que lhe envolve ontem.

Seguindo o rito do gerenciamento de crise, a assessoria de comunicação de Eguchi publicou nota afirmando que não procede a informação de que o mesmo estava alcoolizado, e que exame foi feito, dando negativo. Esclareceu que o fato foi uma discussão de trânsito, todavia, a forma truculenta registrada em vídeo é altamente questionável.

De todo modo, vive intenso processo de decadência política promovida pelo mesmo. Tornou-se mais um exemplo de autossabotagem na política. De baluarte da moralidade, de representante do Bolsonarismo em Belém, ao ostracismo

Imagem: reprodução Internet. 

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