A VALE que vale. Mais um recorde alcançado e o minério vai acabando…

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Texto abaixo foi postado na última segunda-feira (01) em minha coluna semanal no Portal Canaã.

No último dia 20, a mineradora Vale – como de costume – divulgou o seu balanço trimestral. E, novamente, como sempre, voltou a bater o seu próprio recorde de produção de minério de ferro nos primeiros três meses do ano com 86,2 milhões de toneladas, 11,2% maior do que no mesmo período de 2016. O aumento ocorreu especialmente pelo aumento da produção do projeto S11D, informou a empresa em seu relatório.

O Sistema Norte, que compreende as operações de Carajás, Serra Leste e S11D, bateu recorde, com 36 milhões de toneladas, 11,1% maior do que no 1º trimestre de 2016, com o desenvolvimento da produção do campo novo de S11D, que está avançando conforme o planejado pela mineradora. Já a produção de cobre contido no concentrado de Salobo atingiu o recorde para um primeiro trimestre de 42.600 toneladas, 3,6% maior do que no mesmo trimestre de 2016.

Carajás bateu o recorde de produção em um trimestre: produziu 36 milhões de toneladas de minério de ferro nos três primeiros meses deste ano, graças à entrada em operação da jazida da Serra Sul em Canaã dos Carajás. Contribuiu assim para que a Vale, dona da província mineral, também batesse seu recorde de produção geral, com 86,2 milhões de toneladas.  Se mantida essa média, Carajás chegará ao final do ano com mais de 150 milhões de toneladas, recorde absoluto na sua história.

Em termos comparativos a produção de minério de ferro em Carajás bateu recorde em 2016 ao atingir 148,1 milhões de toneladas, uma alta de 14,3% frente a 2015. Segundo a mineradora, houve uma “excelente performance operacional” do Sistema Norte, além do início das operações do S11D no quarto trimestre. Nos últimos três meses do ano passado, a produção em Carajás foi de 40,59 milhões de toneladas.

Graças a esse volume maior, a mineradora Vale obteve lucro líquido de quase 7,9 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2017. O lucro operacional, obtido sem incluir juros, impostos, depreciação e amortização foi de R$ 13,52 bilhões. A receita líquida da companhia somou R$ 26,7 bilhões. Já a sua dívida líquida da empresa baixou de 25 bilhões de dólares (quase 90 bilhões de reais), no final do ano passado, para US$ 22,77 bilhões em março.

Ou seja, conforme o relatório divulgado, a Vale continua com sua proposta de elevar os índices de produção, evitando assim queda nos lucros pela instabilidade do preço do minério de ferro no mercado internacional. O grande destaque do período é o lucro líquido de R$ 7,9 bilhões, o maior desde o 3T13 (relatório do terceiro trimestre de 2013). Portanto, a mineradora fechou bem o ano de 2016 e tem tudo para melhorar os seus índices no ano corrente. Enquanto isso, inversamente proporcional se configura o esgotamento das minas em operação na Serra Norte e o futuro incerto de Parauapebas. Vitória de um lado, derrota do outro. Triste sina.

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