A vitrine de Helder para 2026

Dois meses antes da eleição ao governo do Pará de 2018, o Blog do Branco anunciou que o então ex-ministro e candidato ao Executivo estadual paraense, Helder Barbalho (MDB), tinha, claramente, uma estratégia eleitoral e que iria ser o carro-chefe de sua gestão: segurança pública. Seria – como dito aqui diversas vezes – a vitrine de seu futuro governo.

No ano citado, o Pará (ainda sob dinastia tucana) vivia tensos momentos em relação a citada área, com instabilidades de toda ordem. A aposta de Helder foi, portanto, muito corajosa. Se tivesse êxito (redução do números de assaltos, homicídios, roubos a bancos) lhe proporcionaria grande ganho político-eleitoral. Quatro anos depois, foi reeleito com 70% dos votos válidos, a maior votação do país – mostrou que a escolha de risco, foi acertada, e todos os índices na referida área, quando se compara com o governo anterior, são melhores, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Pará.

Helder agora inicia o seu segundo mandato. Da mesma forma que ocorreu no fim de 2018, definiu a vitrine de sua próxima gestão: meio ambiente. A sua atuação no tema não é tão recente, ele já vem tratando, pelo menos, nos últimos dois anos, todavia, agora terá atenção mais especial.

O governador reeleito fala ao mundo, como se fosse um porta-voz da Amazônia. Foi assim, recentemente, no Egito, por conta da COP27, onde discursou sobre sustentabilidade, visando a integração entre um modelo de desenvolvimento que possa conciliar a floresta em pé com atividades agropecuárias, sem a costumeira destruição ambiental.

Seguiu também a mesma narrativa ambiental, quando foi entrevistado pelas Revista Veja e Exame, oportunidades em que afirmou  ao ser questionado pelo aumento do desmatamento e queimada em solo paraense, deixou claro que ocorrem em áreas federais, que no Pará correspondem a impressionantes 65% de seu território. Nas áreas sob jurisdição estadual, ocorreu redução do desmatamento e queimada.

A vitória eleitoral de Lula (PT) irá ajudar na estratégia ambiental de Helder, que tornou-se a principal voz institucional sobre ações sustentáveis na Amazônia. O tema é a sua aposta para maior projeção nacional, fato que, inclusive, já vem ocorrendo. O desafio é enorme. O Pará, historicamente, é dominado por ações nada sustentáveis e que mantém uma estrutura de destruição do meio ambiente. Vamos ver como se manterá a nova “vitrine” de Helder Barbalho. A primeira teve resultado exitoso, a segunda – pelo novo contexto político – tenderá a ter também.

Para melhorar ainda mais a sua posição nos cenários nacional e internacional, Helder Barbalho foi empossado presidente do Consórcio Amazônia Legal na última quarta-feira (04), em Brasília (DF). Eleito para o cargo por unanimidade, no último dia 19 dezembro, em votação realizada entre os governadores dos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

O governador do Pará ficará à frente do colegiado durante o ano de 2023, em substituição ao ex-governador do Amapá, Waldez Góes (PDT). O novo presidente do Consórcio Amazônia Legal destacou que vai atuar pela união e o fortalecimento entre os estados amazônicos, valorizando pautas comuns e estratégicas. “Objetivo é alavancar cada vez mais a nossa região para o protagonismo na compatibilidade e conciliação do desenvolvimento sustentável com o social”, ressaltou.

Helder deverá neste seu segundo mandato ter uma postura muito mais exógena em sua gestão. Não, por acaso, a sua vice, Hanna Ghassan, já é chamada de gerente. Caberá a ela gerenciar o governo internamente, enquanto o governador estará dando às ordens mais a distância. Pelo visto, a estratégia montada em 2019, intitulada por este que vos escreve de “Para além do Palácio” vai indo de vento em popa.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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