Bolsonarismo engolindo o Lulismo

Conforme analisando pelo Blog em outros artigos, está claro o modus operandi do presidente Jair Bolsonaro. O governo avança sobre o principal nicho eleitoral de seu maior adversário: o Lulismo. Territorialmente isso se apresenta em ações políticas voltadas ao nordeste brasileiro. Não, por acaso, que o presidente resolveu “bater ponto” na citada região, antes renegada pelo próprio. Vamos aos exemplos que sustentam o título deste artigo.

O Bolsa Família é um dos maiores programas sociais do mundo. Tem como objetivo central o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil. Criado em outubro de 2003, possui três eixos principais: complemento da renda; acesso a direitos; e articulação com outras ações a fim de estimular o desenvolvimento das famílias. Segundo dados do Ministério da Cidadania, pasta que gere o programa, no último mês de junho, o número de beneficiários atendidos bateu recorde. Foram 14,283 milhões. A média ficava em 13 milhões de brasileiros.

Tal programa sempre foi o carro-chefe dos governos do PT. Não há como negar que o beneficio (ampliado e unificado no primeiro ano do governo Lula), tornou-se rapidamente, a base de sustentação eleitoral da citada legenda, algo quase intransponível sob o ponto de vista eleitoral. O PSDB por quatro vezes (a vitória e a reeleição de Lula e também de Dilma) foi derrotado. Na prática, ficou claro que os tucanos não conseguiriam avançar sobre qualquer base eleitoral petista. Enquanto o programa crescia, a cada eleição, o PSDB via aumentar a diferença em relação ao PT. O discurso elitista e a ausência de políticas sociais, imprimiram quatro derrotas consecutivas ao PSDB.

De olho na reeleição, Jair Bolsonaro se aproximou desse público, antes reduto petista. E isso se refletiu claramente no aumento de sua popularidade e avaliação. Conforme analisado recentemente pelo Blog, o crescimento do presidente ocorre justamente em áreas em que o PT reinava sozinho. Sendo assim, o governo resolveu gastar, investir no social. Está para ser lançado um mega programa batizado de “Pró-Brasil”, que atuará com ênfase em dois eixos: ordem e progresso. No eixo ordem encontram-se as medidas estruturantes como o aprimoramento do arcabouço normativo; atração de investimentos privados; maior segurança jurídica e produtividade; melhoria do ambiente de negócios; e mitigação dos impactos socioeconômicos. E, no eixo progresso, estão previstos investimentos com a realização de obras públicas e de parcerias com o setor privado.

Sobre a abrangência, o programa se divide em cinco temas: Infraestrutura (transporte e logística; energia e mineração; telecomunicações e desenvolvimento regional e cidades); Desenvolvimento Produtivo (indústria; agronegócio; serviços e turismo); Capital Humano (cidadania; capacitação; saúde e defesa, inteligência, segurança pública e controle da corrupção); Inovação e Tecnologia (cadeias digitais; indústria criativa e ciência) e Viabilizadoras (finanças e tributação; legislação e controle; meio ambiente; institucional e internacional e valores e tradições).

Na prática o “Pró-Brasil” seria hoje o que foi em um passado recente o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o grande carro-chefe dos governos petistas. Outra questão comparativa diz respeito ao “Renda Brasil” que seria um “Bolsa Família” turbinado. anteontem, 25, o governo lançou o “Casa Verde e Amarela”, algo quase idêntico ao “Minha Casa, Minha Vida” do PT. Praticamente só trocou de nome. Todavia, o efeito político disso é positivamente estrondoso.

O Bolsonarismo avança a passos largos em direção aos territórios que antes eram restritos ao PT. Jair Bolsonaro – como já analisado aqui em outros artigos – deixa cada vez mais de lado a austeridade que foi a marca do primeiro ano de seu governo, o que, de quebra, isola politicamente o neoliberal ministro da Economia, Paulo Guedes. Assunto este também já analisado por aqui.

Além do auxílio emergencial que foi prorrogado até o fim do ano, o governo trabalha fortemente pelo social. Não só copia o PT, como amplia e, consequentemente, renomeia o que o adversário fez. Assim, inevitavelmente, o Bolsonarismo vai engolindo o Lulismo. Jair Bolsonaro já está em campanha pela reeleição. A oposição que lute.

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