Em março do ano corrente, escrevi sobre a situação da pré-candidatura de Ciro Gomes, em que o seu partido, o PDT, à época colocava pressão para que o ex-governador cearaense torna-se competitivo, com chances de ir ao segundo turno, ou a legenda poderia desembarcar de uma candidatura própria e apoiar Lula (PT) já em primeiro turno.
Setores do PDT diziam que Ciro Gomes deveria até o fim do mês citado atingir 20% das intenções de voto, para que se pudesse manter um certo nível de comprometimento e viabilidade. O que se sabe até aqui, margem que não foi alcançada. Pelo contrário, o ex-governador cearense nem conseguiu atingir metade da meta. Sua média nas pesquisas varia entre 7% a 9% (dependendo do levantamento e metodologia aplicada), sem expectativa de crescimento.
Assim como escrevi em 2018, novamente, Gomes ficará pelo caminho em sua quarta tentativa de chegar ao posto político mais alto do país. No campo que se acostumou chamar de “Terceira Via”, ele é o mais bem colocado, mesmo não sendo tratado como componente deste “grupo”. Não conseguirá – está mais do que claro – atingir esse desempenho esperado, ainda mais em uma eleição tão polarizada como a que se aproxima.
Em meio a devaneios, o simplismo, a resolução por frase de efeito, Ciro Gomes é um nome que reúne a maior experiência gerencial entre os pré-presidenciáveis. O maior problema para a sua candidatura parece ser ele mesmo. Se o PDT seguir o que prometeu, ou seja, desistir da possibilidade de ter um candidato próprio, tendo como base a inviabilidade da manutenção de sua pré-candidatura, o partido caminhará para apoiar o ex-presidente Lula, o mais provável vencedor da eleição, segundo todas as pesquisas feitas até o momento.
A tendência é Ciro perder votos com a proximidade do processo eleitoral e a questão do “voto útil” do eleitorado. Mais uma vez, agora pela quarta vez. O ex-governador já pode comprar as passagens para Paris.